Como se mede uma pessoa?
Os tamanhos variam conforme o grau de envolvimento.
Ela é enorme pra você quando fala do que leu e viveu, quando trata você com carinho e respeito, quando olha nos olhos e sorri destravado.
É pequena pra você quando só pensa em si mesmo, quando se comporta de uma maneira pouco gentil, quando fracassa justamente no momento em que teria que demonstrar o que há de mais importante entre duas pessoas: a amizade.
Uma pessoa é gigante pra você quando se interessa pela sua vida, quando busca alternativas para o seu crescimento, quando sonha junto.
É pequena quando desvia do assunto.
Uma pessoa é grande quando perdoa, quando compreende, quando se coloca no lugar do outro, quando age não de acordo com o que esperam dela, mas de acordo com o que espera de si mesma.
Uma pessoa é pequena quando se deixa reger por comportamentos clichês.
Uma mesma pessoa pode aparentar grandeza ou miudeza dentro de um relacionamento, pode crescer ou decrescer num espaço de poucas semanas: será ela que mudou ou será que o amor é traiçoeiro nas suas medições?
Uma decepção pode diminuir o tamanho de um amor que parecia ser grande.
Uma ausência pode aumentar o tamanho de um amor que parecia ser ínfimo.
É difícil conviver com esta elasticidade: as pessoas se agigantam e se encolhem aos nossos olhos. Nosso julgamento é feito não através de centímetros e metros, mas de ações e reações, de expectativas e frustrações.
Uma pessoa é única ao estender a mão, e ao recolhê-la inesperadamente, se torna mais uma.
O egoísmo unifica os insignificantes.
Não é a altura, nem o peso, nem os músculos que tornam uma pessoa grande.
É a sua sensibilidade sem tamanho.
Martha Medeiros - porque são mais que textos; são lições de vida.
domingo, 28 de dezembro de 2008
Porque o amor é impontual
Você está sozinho.
Você e a torcida do Flamengo.
Em frente a tevê, devora dois pacotes de Doritos enquanto espera o telefone tocar. Bem que podia ser hoje, bem que podia ser agora, um amor novinho em folha.
Trimmm! É sua mãe, quem mais poderia ser?
Amor nenhum faz chamadas por telepatia.
Amor não atende com hora marcada.
Ele pode chegar antes do esperado e encontrar você numa fase galinha, sem disposição para relacionamentos sérios.
Ele passa batido e você nem aí.
Ou pode chegar tarde demais e encontrar você desiludido da vida, desconfiado, cheio de olheiras. O amor dá meia-volta, volver.
Por que o amor nunca chega na hora certa?
Agora, por exemplo, que você está de banho tomado e camisa jeans. Agora que você está empregado, lavou o carro e está com grana para um cinema.
Agora que você pintou o apartamento, ganhou um porta-retrato e começou a gostar de jazz. Agora que você está com o coração às moscas e morrendo de frio.
O amor aparece quando menos se espera e de onde menos se imagina.
Você passa uma festa inteira hipnotizado por alguém que nem lhe enxerga, e mal repara em outro alguém que só tem olhos pra você.
Ou então fica arrasado porque não foi pra praia no final de semana.
Toda a sua turma está lá, azarando-se uns aos outros.
Sentindo-se um ET perdido na cidade grande, você busca refúgio numa locadora de vídeo, sem prever que ali mesmo, na locadora, irá encontrar a pessoa que dará sentido a sua vida.
O amor é que nem tesourinha de unhas, nunca está onde a gente pensa.
O jeito é direcionar o radar para norte, sul, leste e oeste.
Seu amor pode estar no corredor de um supermercado, pode estar impaciente na fila de um banco, pode estar pechinchando numa livraria, pode estar cantarolando sozinho dentro de um carro.
Pode estar aqui mesmo, no computador, dando o maior mole.
O amor está em todos os lugares, você que não procura direito.
A primeira lição está dada: o amor é onipresente.
Agora a segunda: mas é imprevisível.
Jamais espere ouvir "eu te amo" num jantar à luz de velas, no dia dos namorados. Ou receber flores logo após a primeira transa.
O amor odeia clichês. Você vai ouvir "eu te amo" numa terça-feira, às quatro da tarde, depois de uma discussão, e as flores vão chegar no dia que você tirar carteira de motorista, depois de aprovado no teste de baliza.
Idealizar é sofrer. Amar é surpreender.
Mais uma vez, Martha Medeiros.
E eu aprendendo sempre...
Você e a torcida do Flamengo.
Em frente a tevê, devora dois pacotes de Doritos enquanto espera o telefone tocar. Bem que podia ser hoje, bem que podia ser agora, um amor novinho em folha.
Trimmm! É sua mãe, quem mais poderia ser?
Amor nenhum faz chamadas por telepatia.
Amor não atende com hora marcada.
Ele pode chegar antes do esperado e encontrar você numa fase galinha, sem disposição para relacionamentos sérios.
Ele passa batido e você nem aí.
Ou pode chegar tarde demais e encontrar você desiludido da vida, desconfiado, cheio de olheiras. O amor dá meia-volta, volver.
Por que o amor nunca chega na hora certa?
Agora, por exemplo, que você está de banho tomado e camisa jeans. Agora que você está empregado, lavou o carro e está com grana para um cinema.
Agora que você pintou o apartamento, ganhou um porta-retrato e começou a gostar de jazz. Agora que você está com o coração às moscas e morrendo de frio.
O amor aparece quando menos se espera e de onde menos se imagina.
Você passa uma festa inteira hipnotizado por alguém que nem lhe enxerga, e mal repara em outro alguém que só tem olhos pra você.
Ou então fica arrasado porque não foi pra praia no final de semana.
Toda a sua turma está lá, azarando-se uns aos outros.
Sentindo-se um ET perdido na cidade grande, você busca refúgio numa locadora de vídeo, sem prever que ali mesmo, na locadora, irá encontrar a pessoa que dará sentido a sua vida.
O amor é que nem tesourinha de unhas, nunca está onde a gente pensa.
O jeito é direcionar o radar para norte, sul, leste e oeste.
Seu amor pode estar no corredor de um supermercado, pode estar impaciente na fila de um banco, pode estar pechinchando numa livraria, pode estar cantarolando sozinho dentro de um carro.
Pode estar aqui mesmo, no computador, dando o maior mole.
O amor está em todos os lugares, você que não procura direito.
A primeira lição está dada: o amor é onipresente.
Agora a segunda: mas é imprevisível.
Jamais espere ouvir "eu te amo" num jantar à luz de velas, no dia dos namorados. Ou receber flores logo após a primeira transa.
O amor odeia clichês. Você vai ouvir "eu te amo" numa terça-feira, às quatro da tarde, depois de uma discussão, e as flores vão chegar no dia que você tirar carteira de motorista, depois de aprovado no teste de baliza.
Idealizar é sofrer. Amar é surpreender.
Mais uma vez, Martha Medeiros.
E eu aprendendo sempre...
sábado, 27 de dezembro de 2008
Elegância não é frescura
Existe uma coisa difícil de ser ensinada e que, talvez por isso, esteja cada vez mais rara: a elegância do comportamento.
É um dom que vai muito além do uso correto dos talheres e que abrange bem mais do que dizer um simples obrigado.
É a elegância que nos acompanha da primeira hora da manhã até a hora de dormir e que se manifesta nas situações mais prosaicas, quando não há festa alguma nem fotógrafos por perto.
É uma elegância desobrigada.
É possível detecta-la nas pessoas que elogiam mais do que criticam, nas que escutam mais do que falam.
E quando falam, passam longe da fofoca, das pequenas maldades ampliadas no boca a boca.
É possível detecta-la nas pessoas que não usam um tom superior de voz ao se dirigir a frentistas, nas pessoas que evitam assuntos constrangedores porque não sentem prazer em humilhar os outros.
É possível detecta-la em pessoas pontuais.
Elegante é quem demonstra interesse por assuntos que desconhece, é quem presenteia fora das datas festivas, e, ao receber uma ligação, não recomenda à secretária que pergunte antes quem está falando e só depois manda dizer se está ou não está.
Oferecer flores é sempre elegante.
É elegante você fazer algo por alguém e este alguém jamais saber disso...
É elegante não mudar seu estilo apenas para se adaptar ao outro.
É muito elegante não falar de dinheiro em bate-papos informais.
É elegante o silêncio, diante de uma rejeição.
Sobrenome, jóias e nariz empinado não substituem a elegância do gesto.Não há livro que ensine alguém a ter uma visão generosa do mundo.
É elegante a gentileza...Atitudes gentis, falam mais que mil imagens.
Abrir a porta para alguém... é muito elegante.
Dar o lugar para alguém sentar... é muito elegante.Sorrir sempre é muito elegante e faz um bem danado para a alma...
Olhar nos olhos ao conversar é essencialmente elegante.
Pode-se tentar capturar esta delicadeza pela observação,
Mas tentar imita-la é improdutiva.
A saída é desenvolver a arte de conviver, que independe de status social: é só pedir licencinha para o nosso lado brucutu, que acha que “com amigo não tem que ter estas frescuras”.
Educação enferruja por falta de uso.
E, detalhe: não é frescura.
Martha Medeiros
é uma jornalista e escritora gaúcha. É colunista do jornal Zero Hora de Porto Alegre, e de O Globo, do Rio de Janeiro.
E ganhou a minha admiração. Sim Martha, não é frescura.
;)
É um dom que vai muito além do uso correto dos talheres e que abrange bem mais do que dizer um simples obrigado.
É a elegância que nos acompanha da primeira hora da manhã até a hora de dormir e que se manifesta nas situações mais prosaicas, quando não há festa alguma nem fotógrafos por perto.
É uma elegância desobrigada.
É possível detecta-la nas pessoas que elogiam mais do que criticam, nas que escutam mais do que falam.
E quando falam, passam longe da fofoca, das pequenas maldades ampliadas no boca a boca.
É possível detecta-la nas pessoas que não usam um tom superior de voz ao se dirigir a frentistas, nas pessoas que evitam assuntos constrangedores porque não sentem prazer em humilhar os outros.
É possível detecta-la em pessoas pontuais.
Elegante é quem demonstra interesse por assuntos que desconhece, é quem presenteia fora das datas festivas, e, ao receber uma ligação, não recomenda à secretária que pergunte antes quem está falando e só depois manda dizer se está ou não está.
Oferecer flores é sempre elegante.
É elegante você fazer algo por alguém e este alguém jamais saber disso...
É elegante não mudar seu estilo apenas para se adaptar ao outro.
É muito elegante não falar de dinheiro em bate-papos informais.
É elegante o silêncio, diante de uma rejeição.
Sobrenome, jóias e nariz empinado não substituem a elegância do gesto.Não há livro que ensine alguém a ter uma visão generosa do mundo.
É elegante a gentileza...Atitudes gentis, falam mais que mil imagens.
Abrir a porta para alguém... é muito elegante.
Dar o lugar para alguém sentar... é muito elegante.Sorrir sempre é muito elegante e faz um bem danado para a alma...
Olhar nos olhos ao conversar é essencialmente elegante.
Pode-se tentar capturar esta delicadeza pela observação,
Mas tentar imita-la é improdutiva.
A saída é desenvolver a arte de conviver, que independe de status social: é só pedir licencinha para o nosso lado brucutu, que acha que “com amigo não tem que ter estas frescuras”.
Educação enferruja por falta de uso.
E, detalhe: não é frescura.
Martha Medeiros
é uma jornalista e escritora gaúcha. É colunista do jornal Zero Hora de Porto Alegre, e de O Globo, do Rio de Janeiro.
E ganhou a minha admiração. Sim Martha, não é frescura.
;)
terça-feira, 23 de dezembro de 2008
Aprendizado
"... Dias inteiros de calmaria, noites de ardentia, dedos no leme e olhos no horizonte, descobri a alegria de transformar distâncias em tempo. Um tempo em que aprendi a entender as coisas do mar, a conversar com as grandes ondas e não discutir com o mau tempo. A transformar o medo em respeito, o respeito em confiança. Descobri como é bom chegar quando se tem paciência. E para se chegar, onde quer que seja, aprendi que não é preciso dominar a força, mas a razão. É preciso, antes de mais nada querer."
Amyr Klink
E eu quero.
Amyr Klink
E eu quero.
sábado, 8 de novembro de 2008
Ela
E então ela chegou em casa.
Tirou os pesados e sofisticados brincos de sua orelha pensando no que tinha acabado de viver.
Era uma sensação de incompreensão pura.
Estavam todos ao seu redor, felizes, alegres, satisfeitos, esfuziantes de paixão.E ela não entendia o porquê.
O motivo deles era banal aos olhos dela, se satisfaziam com álcool, cigarros e sexo.Nada mais importava a não ser aquele mundinho de crianças afoitas para se tornarem adultos. E este seria o caminho da maturidade, o da experiência própria, custasse o que custar.
Mas o que a intrigava não era o divertimento deles,afinal era natural, jovens pensam assim, agem assim, oras, são jovens, têm o direito de serem imaturos, pois é o que se espera.O que a deixava aflita enquanto já tirava os sapatos e massageava levemente os pés, era pensar que ela não compartilhava daquilo.Embora estivesse ali, no meio de todos,recebendo as boas-vindas daqueles que a saudavam sem nem mesmo a conhecer, se sentia só.
Ela sofria em seu íntimo o fardo de ter aprendido muito cedo - pelo menos em relação aos que a cercam - a pensar nos valores e princípios da vida, sofria por saber que a vida ia além daquilo que se julgava normal na juventude, sofria por saber que eles podiam ser melhores do que ''aventureiros juvenis'', eles podiam se aventurar no que a vida é, e não no que parece ser. Ela sabia do que era capaz.Ela sabia o que era, e não era aquilo ali.Era diferente. Era mais.
E esse era o âmago de suas aflições, pois embora ela soubesse da sua capacidade de ser humano que já se fizera notório e exceção aos olhos de todos -e por isso a admiravam-,ela não se sentia feliz como eles.Ela tinha tudo pra ser mais feliz também, mas não era.E esse era o preço que pagava por não estar no lugar onde deveria.Era o preço que ela pagava por não ser normal.
E foi por isso que antes de dormir naquela noite, falou baixinho que queria ser normal, era mais fácil ser feliz. A vida seria supérflua.
Porém já era tarde demais. Ela já estava além. Agora era só uma questão de tempo para encontrar seu espaço nesse mundo, ao lado daqueles que já não podem retroceder seus pensamentos porque suas mentes já não são mais as mesmas. Novos caminhos foram descobertos.
Ela estava viva, e nunca teve tanta vontade de viver. Ainda estava começando...
Apagou a luz e foi dormir, ávida pelo outro dia.
Tainá Lima
Tirou os pesados e sofisticados brincos de sua orelha pensando no que tinha acabado de viver.
Era uma sensação de incompreensão pura.
Estavam todos ao seu redor, felizes, alegres, satisfeitos, esfuziantes de paixão.E ela não entendia o porquê.
O motivo deles era banal aos olhos dela, se satisfaziam com álcool, cigarros e sexo.Nada mais importava a não ser aquele mundinho de crianças afoitas para se tornarem adultos. E este seria o caminho da maturidade, o da experiência própria, custasse o que custar.
Mas o que a intrigava não era o divertimento deles,afinal era natural, jovens pensam assim, agem assim, oras, são jovens, têm o direito de serem imaturos, pois é o que se espera.O que a deixava aflita enquanto já tirava os sapatos e massageava levemente os pés, era pensar que ela não compartilhava daquilo.Embora estivesse ali, no meio de todos,recebendo as boas-vindas daqueles que a saudavam sem nem mesmo a conhecer, se sentia só.
Ela sofria em seu íntimo o fardo de ter aprendido muito cedo - pelo menos em relação aos que a cercam - a pensar nos valores e princípios da vida, sofria por saber que a vida ia além daquilo que se julgava normal na juventude, sofria por saber que eles podiam ser melhores do que ''aventureiros juvenis'', eles podiam se aventurar no que a vida é, e não no que parece ser. Ela sabia do que era capaz.Ela sabia o que era, e não era aquilo ali.Era diferente. Era mais.
E esse era o âmago de suas aflições, pois embora ela soubesse da sua capacidade de ser humano que já se fizera notório e exceção aos olhos de todos -e por isso a admiravam-,ela não se sentia feliz como eles.Ela tinha tudo pra ser mais feliz também, mas não era.E esse era o preço que pagava por não estar no lugar onde deveria.Era o preço que ela pagava por não ser normal.
E foi por isso que antes de dormir naquela noite, falou baixinho que queria ser normal, era mais fácil ser feliz. A vida seria supérflua.
Porém já era tarde demais. Ela já estava além. Agora era só uma questão de tempo para encontrar seu espaço nesse mundo, ao lado daqueles que já não podem retroceder seus pensamentos porque suas mentes já não são mais as mesmas. Novos caminhos foram descobertos.
Ela estava viva, e nunca teve tanta vontade de viver. Ainda estava começando...
Apagou a luz e foi dormir, ávida pelo outro dia.
Tainá Lima
segunda-feira, 3 de novembro de 2008
Vitalidade perpétua
Repleta de povos indígenas, os quais por muito tempo foram os únicos a conhecerem seus mistérios e riquezas naturais, foi também alvo da busca pelas cobiçadas drogas do sertão e ainda em princípios do século XX, era a atenção global de um mercado dependente da borracha extraída de suas inúmeras seringueiras. Some-se a isso anos vorazes de exploração predatória,e definitivamente podemos afirmar que a Amazônia não é mais a mesma.
A floresta que se notabilizou pela singularidade da sua fauna e flora esplêndidas, está diferente daquilo que se esperava ser a maior área de reserva florestal do planeta. É fato que as alterações nem um pouco positivas que vêm ocorrendo desde os tempos coloniais e que têm se intensificado nos últimos anos na floresta amazônica, são notoriamente conseqüências da falta de compromisso e consciência de um mercado explorador, que , se necessário, é capaz de antepor o lucro à vida.
A questão que envolve a saúde da biodiversidade da Amazônia está intrínseca ao trabalho de milhares de pessoas que dependem da exploração da floresta para sobreviver. A exemplo disto temos as populações ribeirinhas que vivem dos recursos naturais da selva, bem como os proprietários de extensas áreas verdes dentro da mata, os quais as desmatam imprudentemente e logo após as usam como pastagens para a criação de gado.No entanto, vale ressaltar que a diferença entre essas duas formas de exploração está no valor semântico da palavra equilíbrio.
Enquanto o ribeirinho retira da mata apenas o que ele necessita para o seu sustento - o que pouco contribui para o extermínio da floresta, analogamente seria como tirar por dia um balde de água do oceano - o homem da serra e do gado retira e aproveita os recursos da selva visando ao lucro, ao comércio de exportação e, ao seu benefício próprio, benefício este centrado nas lógicas do mercado capitalista e que portanto não o permite enxergar os resultados desastrosos de suas ações irrefutáveis na floresta.
Ações irrefutáveis, mas não irrevogáveis, pois ainda há tempo de nos livrarmos do que seria a apoteose das irresponsabilidades humanas – se permitirmos a extinção da Amazônia – e pararmos um pouco a nossa rotina cerceada de obrigações imediatistas e supérfluas , afim de incitar-nos a preocupação com a floresta que carrega no verde das suas folhas latifoliadas a certeza de um futuro mais duradouro para a humanidade.
Para tanto é fundamental que as próximas gerações, através do esforço e da consciência emitidos pelas nossa época, possam crescer acreditando que desenvolvimento e preservação ambiental, sempre que houver respeito entre ambos, podem existir concomitantemente. Estaríamos, dessa forma, construindo aquilo que será a Amazônia amanhã: sinônimo de vida e eternidade.
Tainá Lima
A floresta que se notabilizou pela singularidade da sua fauna e flora esplêndidas, está diferente daquilo que se esperava ser a maior área de reserva florestal do planeta. É fato que as alterações nem um pouco positivas que vêm ocorrendo desde os tempos coloniais e que têm se intensificado nos últimos anos na floresta amazônica, são notoriamente conseqüências da falta de compromisso e consciência de um mercado explorador, que , se necessário, é capaz de antepor o lucro à vida.
A questão que envolve a saúde da biodiversidade da Amazônia está intrínseca ao trabalho de milhares de pessoas que dependem da exploração da floresta para sobreviver. A exemplo disto temos as populações ribeirinhas que vivem dos recursos naturais da selva, bem como os proprietários de extensas áreas verdes dentro da mata, os quais as desmatam imprudentemente e logo após as usam como pastagens para a criação de gado.No entanto, vale ressaltar que a diferença entre essas duas formas de exploração está no valor semântico da palavra equilíbrio.
Enquanto o ribeirinho retira da mata apenas o que ele necessita para o seu sustento - o que pouco contribui para o extermínio da floresta, analogamente seria como tirar por dia um balde de água do oceano - o homem da serra e do gado retira e aproveita os recursos da selva visando ao lucro, ao comércio de exportação e, ao seu benefício próprio, benefício este centrado nas lógicas do mercado capitalista e que portanto não o permite enxergar os resultados desastrosos de suas ações irrefutáveis na floresta.
Ações irrefutáveis, mas não irrevogáveis, pois ainda há tempo de nos livrarmos do que seria a apoteose das irresponsabilidades humanas – se permitirmos a extinção da Amazônia – e pararmos um pouco a nossa rotina cerceada de obrigações imediatistas e supérfluas , afim de incitar-nos a preocupação com a floresta que carrega no verde das suas folhas latifoliadas a certeza de um futuro mais duradouro para a humanidade.
Para tanto é fundamental que as próximas gerações, através do esforço e da consciência emitidos pelas nossa época, possam crescer acreditando que desenvolvimento e preservação ambiental, sempre que houver respeito entre ambos, podem existir concomitantemente. Estaríamos, dessa forma, construindo aquilo que será a Amazônia amanhã: sinônimo de vida e eternidade.
Tainá Lima
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
Primeiro a chuva, depois o sol
Já está escuro, o vento que entra pela janela do meu quarto traz em seu movimento leve e suave, o perfurme das folhagens lá de fora, fazendo de maneira espontânea o prenúncio da chuva que está por vir e que eu mal posso esperar.
A bem da verdade, é que depois de um dia fatigado de tanto sol, uma chuva,por mais breve que esta possa ser, é tudo o que se mais deseja, junto, é claro, com o merecido descanso que toda sexta-feira deve proporcionar, ou deveria.
Nessa atmosfera de mudança e de circunstâncias propícias para o alívio do espírito, é que encontro, em meio a um artigo sobre a crise ética no mundo contemporâneo, - tão bem escrito pelo professor Pedro Goergen,vale ressaltar - algo que, não imaginaria eu, pudesse despertar em mim um daqueles pensamentos intrigantes que só nos deixam quando levam um pouco de nós mesmos com eles, isto é, quando levam consigo a resposta sobre a questão que instantaneamente nos é apresentada, e que inevitavelmente e não menos urgentemente, tentamos resolver.
Tudo começou quando li a seguinte frase:
Agir moralmente significa agir em conformidade com as normas estabelecidas na sociedade.
Aplicando esse conceito no contexto atual, surpreendo-me indagando:
E o que acontece quando as regras exemplificadas pela sociedade são isentas de valor moral?
Nesse caso, agir moralmente seria agir imoralmente?
Sendo assim, por outro lado, o que é imoral aos olhos da sociedade, é o que os homens bons costumam chamar de verdadeira moral?
Pois bem, daí em diante, não houve mais sossego.
Uma série de perguntas se desenvolveram mentalmente, e em instantes, estava eu ali, na cadeira do meu quarto, olhando fixadamente para a tela do computador como se estivesse absorta em um mundo paralelo, quando na verdade, só estava refletindo sobre o verdadeiro, o real mundo a que estou inserida, como tantos outros.
Começou a chover. E suspeito, que é esse cheiro de terra molhada bem como a imagem das gotículas de água que escorrem pelo vidro da janela, que me ajudam a colher o melhor das minhas pertubadoras indagações, ou pelo menos o suficiente para ter uma boa noite de sono.
Sim, é verdade, a sociedade contemporânea vive uma permanente e contraditória crise de valores.
Valores humanos, outrora tão bem definidos e esclarecidos, que foram justamente os principais motivos pela unificação de um sistema social mais democrático, mais justo, capaz de preservar a dignidade de cada ser, estão agora perdidos.
Mas por quê?
Porque a vaidade humana, assim como o discurso vazio e inseguro dos prepotentes,e sobretudo o egocentrismo, arruinaram o imprescindível para o convívio em sociedade : o respeito.
Acredito que se deva fazer como a chuva: aproveitar as lágrimas de desgosto e sofrimento para limpar todo o pseudo-moralismo e desrespeito da sociedade contemporânea e finalmente, pôr fim a essa desgastante e perniciosa crise humana.
E quem sabe um dia, o sol apareça brilhante e novo, como a mudança há de ser.
Tainá Lima
segunda-feira, 1 de setembro de 2008
Apelo feminino
Desde o século XVIII, a mulher vem lutando por um espaço mais abrangente na sociedade, um espaço capaz de dar à ela os mesmos direitos dos homens, capaz de quebrar paradigmas e solidificar a imagem de mulher dona de si, dona do mundo.
Foi Olympe de Gouges, precursora do movimento feminista, que em 1791 disse a frase: ''Se a mulher tem o direito de subir no cadafalso, deve ter também o direito de subir numa tribuna." Mais tarde, sua afirmação passou a ser o slogan da emancipação feminista, arrebatando aliadas por toda parte e transcedendo os séculos.
Mas foi somente em 1920, depois de muitas lutas, conflitos ideológicos com o Estado e a sociedade patriarcal da época, que as mulheres estadunidenses adquiriram o direito do voto, disseminando assim esse novo modelo de sociabilidade: mais igualitária, mais justa e coerente por aonde quer que a brisa feminina do vento passasse.
Pois bem, Bravo mulheres! Conseguimos!
Já podemos votar como os homens, trabalhar como os homens, ter salários como os homens,ser donas do nosso corpo como os homens são do corpo deles.
Já podemos ser como os homens.
E aqui, a confusão começa.
Assustadoramente, as mulheres estão ''copiando'' os homens até nos mais terríveis e repugnantes costumes masculinos. Através do argumento e do pensamento de que '' temos direitos iguais", o sexo feminino tem deixado toda a sua graça e beleza se esvaírem pelas frases repletas de palavrões e indecências , pelas altas doses alcoólicas que tomam nas baladas ( levando-as à total perda de sentidos e tornando-as mais vulneráveis ao sexo masculino),pelas traições cada vez mais constantes e notórias sem qualquer espécie de condenação por isso.
O mais intrigante é que, nós mulheres, estamos nos comportando hoje com as mesmas atitudes que condenávamos nos homens alguns anos atrás.
Para algumas, aquelas que se valem do princípio de Talião ( olho por olho, dente por dente), estamos dando o troco, pagando na mesma moeda, revidando, promovendo a nossa vingança por todas as vezes que aceitamos sem poder questionar tais indecorosas ações masculinas.
Mas para mim, é mais do que um conflito dualista de sexos opostos, é uma questão moral.
Nessa briga infantil de ''eu também posso'' a mulher esqueceu de ser mulher, esqueceu que a aquisição de todos esses direitos outrora inexistentes, não a colocaria na mesma posição de capacidade do homem.Ela,com toda a sua sensibilidade e flexibilidade , estaria acima, bem acima do seu adversário.
E o homem sabe da sua inferioridade diante de uma verdadeira mulher, mulher cujo olhar provoca sem agredir, cujas palavras mais difíceis de expressar soam naturais, cuja sensualidade está implícita na elegância dos seus gestos.
O homem é tão consciente da sua condição de subalternidade à mulher, que adiou o quanto pôde a liberação dos mesmos direitos sociais que ele detinha, pois ele sabia que depois da emancipação dos direitos femininos, nada o faria melhor do que ela.
Logo, digo às mulheres vingativas, que ainda não superaram os comportamentos inescrupulosos do sexo masculino, que vinguem-se sim.Para tanto, mostrem que não precisam do álcool, ou do cigarro, nem de roupas vulgares e tampouco de outros homens para serem as mulheres que gostariam ser.
Sim, mulheres.
Porque somos capazes de tudo, e os homens do que resta.
Tainá Lima.
sábado, 12 de julho de 2008
Tirando a poeira
O comentário que segue é motivado pelo livro de uma senhora chamada Rosamunde Pilcher, culpada pelas olheiras que me perseguiram por algumas semanas, devido às madrugadas que fiquei acordada me deliciando com o seu maravilhoso talento de escrever.
Li Os catadores de conchas a primeira vez e fiquei fascinada como palavras tão simples podem expressar tanto.
Aqui vai a prova do que digo :
Se alguém que respeitamos acha que somos capazes de fazer alguma coisa, em geral é verdade.
A ganância e a cobiça têm um poder destrutivo tão devastador quanto a inveja, separando pais e filhos, irmãos e irmãs, em caráter irrevogável.
Hoje, por motivos nostálgicos talvez, decidi reabrí-lo.
Fui à prateleira de livros, e ele estava lá, com sua capa cor de areia e o título em letras finas e elegantes, representando sem saber, o melhor dos romances que tenho.
Comecei a ler a introdução, reescrita pela autora em 1997 - quando o livro comemorava 10 anos de lançamento e sucesso no mercado mundial - e a sensação de uma nova interpretação para as palavras ali tão bem escritas, brotou em mim.
Fascinante isto:
Depois de quase três anos, o prazer de lê-lo é o mesmo, mas o sabor é outro.
Acho que as palavras de Heráclito, poderiam se encaixar aqui :
Ninguém passa pelo mesmo rio duas vezes.
Deve ser assim com os livros também; a cada nova leitura, se transforma em um novo livro.
Não é à toa que Os catadores de conchas, é o que é.
Li Os catadores de conchas a primeira vez e fiquei fascinada como palavras tão simples podem expressar tanto.
Aqui vai a prova do que digo :
Se alguém que respeitamos acha que somos capazes de fazer alguma coisa, em geral é verdade.
A ganância e a cobiça têm um poder destrutivo tão devastador quanto a inveja, separando pais e filhos, irmãos e irmãs, em caráter irrevogável.
Hoje, por motivos nostálgicos talvez, decidi reabrí-lo.
Fui à prateleira de livros, e ele estava lá, com sua capa cor de areia e o título em letras finas e elegantes, representando sem saber, o melhor dos romances que tenho.
Comecei a ler a introdução, reescrita pela autora em 1997 - quando o livro comemorava 10 anos de lançamento e sucesso no mercado mundial - e a sensação de uma nova interpretação para as palavras ali tão bem escritas, brotou em mim.
Fascinante isto:
Depois de quase três anos, o prazer de lê-lo é o mesmo, mas o sabor é outro.
Acho que as palavras de Heráclito, poderiam se encaixar aqui :
Ninguém passa pelo mesmo rio duas vezes.
Deve ser assim com os livros também; a cada nova leitura, se transforma em um novo livro.
Não é à toa que Os catadores de conchas, é o que é.
sexta-feira, 11 de julho de 2008
De vários tamanhos
"Quem não traz na cabeça um grãozinho de ambição?"
( Jean de La Fontaine )
Digamos que esse grãozinho, seja uma semente de abacate em mim.
:D
( Jean de La Fontaine )
Digamos que esse grãozinho, seja uma semente de abacate em mim.
:D
sábado, 19 de abril de 2008
Saudade
Saudade é solidão acompanhada.
É quando o amor ainda não foi embora,
Mas a amada já.
Saudade é amar o passado,
Que ainda não passou.
É recusar um presente que nos machuca.
É não ver o futuro que nos convida.
Saudade é sentir que ainda existe,
O que não existe mais.
Saudade é o inferno dos que perderam.
É a dor dos que ficaram para trás.
É o gosto de morte na boca dos que continuam.
Só uma pessoa do mundo deseja sentir saudade:
Aquela que nunca amou.
E esse é o maior dos sofrimentos:
Não ter por quem sentir saudades,
Passar pela vida e não viver.
O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido.
Pablo Neruda.
Têm coisas que só de ler, nos dão aquele ''nó'' na garganta.
É quando o amor ainda não foi embora,
Mas a amada já.
Saudade é amar o passado,
Que ainda não passou.
É recusar um presente que nos machuca.
É não ver o futuro que nos convida.
Saudade é sentir que ainda existe,
O que não existe mais.
Saudade é o inferno dos que perderam.
É a dor dos que ficaram para trás.
É o gosto de morte na boca dos que continuam.
Só uma pessoa do mundo deseja sentir saudade:
Aquela que nunca amou.
E esse é o maior dos sofrimentos:
Não ter por quem sentir saudades,
Passar pela vida e não viver.
O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido.
Pablo Neruda.
Têm coisas que só de ler, nos dão aquele ''nó'' na garganta.
quarta-feira, 16 de abril de 2008
Falsos elogios
Acho que foi Freud quem disse que só o elogio é capaz de desarmar uma pessoa.
Talvez não soubesse ele que a frase que estava proferindo era a síntese bruta de uma açâo que quase nunca executamos, e que porém adoramos receber: o elogio.
A veracidade da afirmação freudiana muitas vezes é confundida, com aquilo que vulgarmente se conhece como ''puxa - saquismo'', seja este, numa simples analogia , o óleo lubricante da engrenagem dos que buscam quaisquer meios para justificar seus fins, ou por assim dizer, os ''interesseiros' - aqueles que atribuem valor às pessoas pelo título que carregam consigo ou pelos benefícios que seus pseudos-amigos podem proporcionar-lhes.
É de fato deplorável, quando se constata que uma ação que pode fomentar progressos pelo sentimento de reconhecimento que transmite, é na maioria das vezes mal vista pelos que fazem da insinceridade o motor de sua vida.
Que o elogio, desarma um inimigo, é verdade!
O problema está no seu uso frequente, que tem feito cair nos ralos do esquecimento o verdadeiro significado deste ato que todos, por mais autosufientes que sejam, gostam de ouvir.
Pior mesmo do que falsos elogios, só a crise de dengue no Rio, o caso de crianças como o menino João Hélio, e a menina Isabella,que assim como tantos outros trágicos acontecimentos da história do Brasil, afetam cruelmente a sociedade e têm em retribuição o descaso do governo seguido pelo esquecimento da maioria, pouquíssimo tempo depois.
Uma lástima!
Talvez não soubesse ele que a frase que estava proferindo era a síntese bruta de uma açâo que quase nunca executamos, e que porém adoramos receber: o elogio.
A veracidade da afirmação freudiana muitas vezes é confundida, com aquilo que vulgarmente se conhece como ''puxa - saquismo'', seja este, numa simples analogia , o óleo lubricante da engrenagem dos que buscam quaisquer meios para justificar seus fins, ou por assim dizer, os ''interesseiros' - aqueles que atribuem valor às pessoas pelo título que carregam consigo ou pelos benefícios que seus pseudos-amigos podem proporcionar-lhes.
É de fato deplorável, quando se constata que uma ação que pode fomentar progressos pelo sentimento de reconhecimento que transmite, é na maioria das vezes mal vista pelos que fazem da insinceridade o motor de sua vida.
Que o elogio, desarma um inimigo, é verdade!
O problema está no seu uso frequente, que tem feito cair nos ralos do esquecimento o verdadeiro significado deste ato que todos, por mais autosufientes que sejam, gostam de ouvir.
Pior mesmo do que falsos elogios, só a crise de dengue no Rio, o caso de crianças como o menino João Hélio, e a menina Isabella,que assim como tantos outros trágicos acontecimentos da história do Brasil, afetam cruelmente a sociedade e têm em retribuição o descaso do governo seguido pelo esquecimento da maioria, pouquíssimo tempo depois.
Uma lástima!
domingo, 13 de abril de 2008
Origem feminina
Existem várias lendas sobre a origem da Mulher.
Uma diz que Deus pôs o primeiro homem a dormir, inaugurando assim a anestesia geral, tirou uma de suas costelas e com ela fez a primeira mulher.E que a primeira provação de Eva foi cuidar de Adão e agüentar o seu mau humor, enquanto ele convalescia da operação.
Uma variante desta lenda diz que Deus, com seu prazo para a Criação estourado, fez o homem às pressas, pensando “Depois eu melhoro”, e mais tarde, com tempo, fez um homem mais bem-acabado, que chamou Mulher, que é “melhor” em aramaico.
Outra lenda diz que Deus fez a mulher primeiro, e caprichou nas suas formas, e aparou aqui e tirou dali, e com o que sobrou fez o homem só para não jogar barro fora.Zeus teria arrancado a mulher de sua própria cabeça.
Alguns povos nórdicos cultivam o mito da Grande Ursa Olga, origem de todas as mulheres do mundo, o que explica o fato das mulheres se enrolarem periodicamente em pêlos de animais, cedendo a um incontrolável impulso atávico, nem que seja só para experimentar, na loja, e depois quase desmaiar com o preço.
Em certas tribos nômades do Meio Oriente ainda se acredita que a mulher foi, originariamente, um camelo, que na ânsia de servir seu mestre de todas as maneiras foi se transformando até adquirir sua forma atual.
No Extremo Oriente existe a lenda de que as mulheres caem do céu, já de kimono.E em certas partes do Ocidente persiste a crença de que mulher se compra através dos classificados, podendo-se escolher idade, cor da pele e tipo de massagem.
Todas estas lendas, claro, têm pouco a ver com a verdade científica. Hoje se sabe que o Homem é o produto de um processo evolutivo que começou com a primeira ameba a sair do mar primevo, e é o descendente direto de uma linha específica de primatas, tendo passado por várias fases até atingir o seu estágio atual e aí encontrar a Mulher, que ninguém ainda sabe de onde veio.
É certamente ridículo pensar que as mulheres também descendem de macacos. A minha mãe, não!
Uma das teses mais aceitáveis sobre o papel da mulher na evolução do homem é a de que o primeiro encontro entre os dois se deu no período paleolítico, quando um homo-sapiens mas não muito, chamado, possivelmente, Ugh, saiu para caçar e avistou, sentado numa pedra, penteando os cabelos, um ser que lhe provocou o seguinte pensamento, em linguagem de hoje:”Isso é que é mulher e não aquilo que tenho na caverna”.
Ugh aproximou-se da mulher e, naquele seu jeitão, deu a entender que queria procriar com ela.”Agh maakgrom grom”, ou coisa parecida. A mulher olhou-o de cima a baixo e desatou a rir.
É preciso lembrar que Ugh, embora fosse até bem apessoado pelos padrões da época, era pouco mais do que um animal aos olhos da mulher. Tinha a testa estreita e as mandíbulas pronunciadas e usava gordura de mamute nos cabelos.
A mulher disse alguma coisa como “Você não se enxerga, não?” e afastou-se, enojada, deixando Ugh desolado. Antes dela desaparecer por completo, Ugh ainda gritou: “Espera uns 10 mil anos pra você ver!”, e de volta à caverna exortou seus companheiros a aprimorarem o processo evolutivo.
Desde então, o objetivo da evolução do homem foi o de proporcionar um par à altura para a mulher, para que, vendo o casal, ninguém dissesse que ela só saía com ele pelo dinheiro, ou para espantar assaltantes.
Se não fosse por aquele encontro fortuito em alguma planície do mundo primitivo, o homem ainda seria o mesmo troglodita desleixado e sem ambição, interessado apenas em caçar e catar seus piolhos, e um fracasso social.
Mas de onde veio a primeira mulher, já que podemos descartar tanto a evolução quanto as fantasias religiosas e mitológicas sobre a criação?Inclino-me para a tese da origem extraterrena.
A mulher viria (isto é pura especulação, claro) de outro planeta.Venho observando-as durante anos - inclusive casei com uma, para poder estudá-las mais de perto - e julgo ter colecionado provas irrefutáveis de que elas não são deste mundo.
Observei que elas não têm os mesmos instintos que nós, e volta e meia são surpreendidas em devaneio, como que captando ordens de outra galáxia, embora disfarcem e digam que só estavam pensando no jantar.
Têm uma lógica completamente diferente da nossa. Ultimamente têm tentado dissimular sua peculiaridade, assumindo atitudes masculinas e fazendo coisas - como dirigir grandes empresas e xingar a mãe do motorista ao lado - impensáveis há alguns anos, o que só aumenta a suspeita de que se trata de uma estratégia para camuflar nossas diferenças, que estavam começando a dar na vista.
Quando comentamos o fato, nos acusam de ser machistas, presos a preconceitos e incapazes de reconhecer seus direitos, ou então roçam a nossa nuca com o nariz, dizendo coisas como “ioink, ioink” que nos deixam arrepiados e sem argumentos.
Claramente combinaram isto. Estão sempre combinando maneiras novas de impedir que se descubra que são alienígenas e têm desígnios próprios para a nossa terra.É o que fazem, quando vão, todas juntas, ao banheiro, sabendo que não podemos ir atrás para ouvir.
Muitas vezes, mesmo na nossa presença, falam uma linguagem incompreensível que só elas entendem, obviamente um código para transmitir instruções do Planeta Mãe.E têm seus golpes baixos.
Seus truques covardes. Seus olhos laser, claros ou profundamente escuros, suas bocas.Meu Deus, algumas até sardas no nariz. Seus seios, aqueles mísseis inteligentes. Aquela curva suave da coxa, quando está chegando no quadril, e a Convenção de Genebra não vê isso!
E as armas químicas - perfumes, loções, cremes. São de uma civilização superior, o que podem nossos tacapes contra os seus exércitos de encantos?Breve dominarão o mundo. Breve saberemos o que elas querem.
Se depois de sair este artigo, eu for encontrado morto com sinais de ter sido carinhosamente asfixiado, como um sorriso, minha tese está certa. Se nada me acontecer, sinal de que a tese está certa, mas elas não temem mais o desmascaramento.
O que elas querem, afinal?Se a mulher realmente veio ao mundo para inspirar o homem a melhorar e ser digno dela, pode ter chegado à conclusão de que falhou, que este velho guerreiro nunca tomará jeito.
Continuaremos a ser mulheres com defeito, uma experiência menor num planeta inferior. O que sugere a possibilidade de que, assim como veio, a mulher está pronta a partir, desiludida conosco.
E se for isso que elas conspiram nos banheiros? A retirada? Seríamos abandonados à nossa própria estupidez. Elas levariam as suas filhas e nos deixariam com caras de Ugh.Posso ver o fim da nossa espécie.
Nossos melhores cientistas abandonando tudo e se dedicando a intermináveis testes com a costela, depois de desistir da mulher sintética. Tentando recriar a mágica da criação.
Uma mulher, qualquer mulher, de qualquer jeito! Prometemos que desta vez não as decepcionaremos! Uma mulher!
Como é que se faz uma mulher?
Luís Fernando Veríssimo!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
sábado, 22 de março de 2008
O sonho
Há momentos na vida em que sentimos tanto
a falta de alguém que o que mais queremos
é tirar esta pessoa de nossos sonhos
e abraçá-la.
Sonhe com aquilo que você quiser.
Seja o que você quer ser,
porque você possui apenas uma vida
e nela só se tem uma chancede fazer aquilo que se quer.
Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.
As pessoas mais felizes
não têm as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor
das oportunidades que aparecemem seus caminhos.
A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam.
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem
a importância das pessoas que passam por suas vidas.
O futuro mais brilhante
é baseado num passado intensamente vivido.
Você só terá sucesso na vida
quando perdoar os erros
e as decepções do passado.
A vida é curta,
mas as emoções que podemos deixar duram uma eternidade.
A vida não é de se brincar
porque um belo dia se morre.
Clarice Lispector
a falta de alguém que o que mais queremos
é tirar esta pessoa de nossos sonhos
e abraçá-la.
Sonhe com aquilo que você quiser.
Seja o que você quer ser,
porque você possui apenas uma vida
e nela só se tem uma chancede fazer aquilo que se quer.
Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.
As pessoas mais felizes
não têm as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor
das oportunidades que aparecemem seus caminhos.
A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam.
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem
a importância das pessoas que passam por suas vidas.
O futuro mais brilhante
é baseado num passado intensamente vivido.
Você só terá sucesso na vida
quando perdoar os erros
e as decepções do passado.
A vida é curta,
mas as emoções que podemos deixar duram uma eternidade.
A vida não é de se brincar
porque um belo dia se morre.
Clarice Lispector
sexta-feira, 21 de março de 2008
Cada ser, cada reação
"Há pessoas que transformam o sol numa simples mancha amarela,mas há aquelas que fazem de uma simples mancha amarela o próprio sol."
Pablo Picasso
Pablo Picasso
sábado, 1 de março de 2008
ENSINAMENTO
Minha mãe achava estudo
a coisa mais fina do mundo.
Não é.
A coisa mais fina do mundo é o sentimento.
Aquele dia de noite, o pai fazendo serão,
ela falou comigo:
"Coitado, até essa hora no serviço pesado''
Arrumou pão e café, deixou tacho no fogo com água quente.
Não me falou em amor.
Essa palavra de luxo.
Adélia Prado, me fazendo ratificar a opnião de que o amor é o mais importante da vida.
a coisa mais fina do mundo.
Não é.
A coisa mais fina do mundo é o sentimento.
Aquele dia de noite, o pai fazendo serão,
ela falou comigo:
"Coitado, até essa hora no serviço pesado''
Arrumou pão e café, deixou tacho no fogo com água quente.
Não me falou em amor.
Essa palavra de luxo.
Adélia Prado, me fazendo ratificar a opnião de que o amor é o mais importante da vida.
quinta-feira, 24 de janeiro de 2008
The woman
Hand in the chin, she stops, musing.
Greek beauty, dressed with diligence, tall, thin. Wavy hair, wore in a careless ponytail.
As I walk by in the morning, I see her in the garden, at the entrance of the majestic house. Her looks call my attention. I almost go back to see her once more.
I keep on going my way, though…(I can’t be late!)
Wise, she ponders and meditates.
My memory captures the rosé harmony: skin and clothes. My brain registers the still, unexpected, in luminous winter morning.
The cars go fast by Cosme Velho neighborhood... Impatient, at the red sign, they stop even they dislike it.
Not even this morning frisson bothers her, imperturbable audience that she is.
Finally, I arrive at my English course. During the class, I can’t forget about the sight of that woman. Her classical image had impregnated me. I catch myself wandering who would have made her magnificent outfit...
And the fabric, muslin? Or maybe some sort of satin, for the sensual effect of the draperies, protecting her body from the curious passersby as if she was a vestal...
On my way back, I find her still in the same position. Nothing disturbs her: impassible, she keeps musing, with a lost look in her eyes… (what/whom would she think about???)
I stop, thrilled, one more time, with the sight of that beautiful marble statue, in the garden of Leone’s auction house, waiting for a new owner...
Maria Angélica Monnerat Alves
For me, just one word : Superb!
Greek beauty, dressed with diligence, tall, thin. Wavy hair, wore in a careless ponytail.
As I walk by in the morning, I see her in the garden, at the entrance of the majestic house. Her looks call my attention. I almost go back to see her once more.
I keep on going my way, though…(I can’t be late!)
Wise, she ponders and meditates.
My memory captures the rosé harmony: skin and clothes. My brain registers the still, unexpected, in luminous winter morning.
The cars go fast by Cosme Velho neighborhood... Impatient, at the red sign, they stop even they dislike it.
Not even this morning frisson bothers her, imperturbable audience that she is.
Finally, I arrive at my English course. During the class, I can’t forget about the sight of that woman. Her classical image had impregnated me. I catch myself wandering who would have made her magnificent outfit...
And the fabric, muslin? Or maybe some sort of satin, for the sensual effect of the draperies, protecting her body from the curious passersby as if she was a vestal...
On my way back, I find her still in the same position. Nothing disturbs her: impassible, she keeps musing, with a lost look in her eyes… (what/whom would she think about???)
I stop, thrilled, one more time, with the sight of that beautiful marble statue, in the garden of Leone’s auction house, waiting for a new owner...
Maria Angélica Monnerat Alves
For me, just one word : Superb!
Eu sei, mas não devia
Eu sei que a gente se acostuma.
Mas não devia.
A gente se acostuma a morar em apartamento de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E porque à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.
A gente se acostuma a acordar de manhã, sobressaltado porque está na hora.
A tomar café correndo porque está atrasado. A ler jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíches porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia. A gente se acostuma a abrir a janela e a ler sobre a guerra. E aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E aceitando as negociações de paz, aceitar ler todo dia de guerra, dos números da longa duração. A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto. A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que paga. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagará mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com o que pagar nas filas em que se cobra.
A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes, a abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema, a engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.
A gente se acostuma à poluição. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às besteiras das músicas, às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À luta. À lenta morte dos rios. E se acostuma a não ouvir passarinhos, a não colher frutas do pé, a não ter sequer uma planta.
A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente só molha os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer, a gente vai dormir cedo e ainda satisfeito porque tem sono atrasado. A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele.
Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se da faca e da baioneta, para poupar o peito.
A gente se acostuma para poupar a vida.
Que aos poucos se gasta, e que, de tanto acostumar, se perde de si mesma.
Marina Colasanti,
sim, não deveríamos.
Mas não devia.
A gente se acostuma a morar em apartamento de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E porque à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.
A gente se acostuma a acordar de manhã, sobressaltado porque está na hora.
A tomar café correndo porque está atrasado. A ler jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíches porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia. A gente se acostuma a abrir a janela e a ler sobre a guerra. E aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E aceitando as negociações de paz, aceitar ler todo dia de guerra, dos números da longa duração. A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto. A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que paga. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagará mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com o que pagar nas filas em que se cobra.
A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes, a abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema, a engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.
A gente se acostuma à poluição. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às besteiras das músicas, às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À luta. À lenta morte dos rios. E se acostuma a não ouvir passarinhos, a não colher frutas do pé, a não ter sequer uma planta.
A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente só molha os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer, a gente vai dormir cedo e ainda satisfeito porque tem sono atrasado. A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele.
Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se da faca e da baioneta, para poupar o peito.
A gente se acostuma para poupar a vida.
Que aos poucos se gasta, e que, de tanto acostumar, se perde de si mesma.
Marina Colasanti,
sim, não deveríamos.
Luxo
Certa vez eu li em um livro que Luxo é poder compartilhar os momentos que você aprecia com quem você gosta- em qualquer lugar.
Outra vez li uma frase atribuída à mademoiselle Chanel que dizia: O luxo tem que ser confortável ou não é luxo.
E então pensei que os dois conceitos do que é luxo se integram.
Porque estar com quem você gosta no lugar que você quer é um luxo, mas sobretudo sinônimo daquilo que é conforto.
Esse é o meu luxo.
Logo é fato que cada um tem o seu, só não se pode esquecer é que "Luxo não é o contrário de pobreza, mas o oposto do banal." Mais uma vez, Chanel.
Outra vez li uma frase atribuída à mademoiselle Chanel que dizia: O luxo tem que ser confortável ou não é luxo.
E então pensei que os dois conceitos do que é luxo se integram.
Porque estar com quem você gosta no lugar que você quer é um luxo, mas sobretudo sinônimo daquilo que é conforto.
Esse é o meu luxo.
Logo é fato que cada um tem o seu, só não se pode esquecer é que "Luxo não é o contrário de pobreza, mas o oposto do banal." Mais uma vez, Chanel.
Gilles Lipovetsky
Por Juvenal Savian Filho
Gilles Lipovetsky, 63, é um dos mais conhecidos pensadores atuais. Professor da Universidade de Grenoble, seu pensamento tem tido certa fecundidade não apenas no mundo acadêmico ou nos círculos filosóficos, mas também em outros universos, como o das artes, da educação, da psicologia, da política...e...do luxo. O interesse pelo mundo do luxo e da moda tem sido a prova de que inúmeros e inusitados elementos da experiência humana fornecem a Gilles Lipovetsky ocasião para aprofundar o sentido dessa experiência. Nesse trabalho de aprofundamento, não há desprezo pelo cotidiano nem pelo que parece fútil ou frívolo. Ao contrário, procurando redefinir o individualismo, Gilles Lipovetsky acrescenta novas misturas à palheta utilizada pelas filosofias atuais para pintar o indivíduo, como se pode perceber pela entrevista bem humorada que ele gentil e muito simpaticamente concedeu por telefone à CULT.
CULT - Como o senhor chegou ao universo do luxo como domínio de pesquisa filosófica? Poderia nos contar um pouco do trajeto de sua formação?
GILLES LIPOVETSKY - Tenho uma formação de filósofo; estudei filosofia na Sorbonne e depois ensinei muitos anos a filosofia mais tradicional, quer dizer, a história da filosofia. Autores como Platão, Kant, Hegel etc. Meus interesses voltavam-se, sobretudo, para a compreensão da história e da vida social, ligados, provavelmente, à minha formação marxista. Meus interesses se fixavam na observação do mundo e suas transformações. Distanciei-me, porém, do marxismo, sobretudo no que dizia respeito à noção de alienação, pois toda cultura de massas era vista como algo alienado. Interessei-me, então, pelas questões que geralmente são desprezadas pelos filósofos. Platão, por exemplo, não gosta da caverna. Para ele, é necessário sair para contemplar a beleza das idéias eternas, inteligíveis. Ao contrário, eu me interesso mais pela caverna; pretendo iluminá-la, sem precisar sair dela. Foi assim que me interessei pelos objetos mais desprezíveis para a maioria dos filósofos, como a publicidade, o lazer, o consumo, a moda, a maquiagem. O luxo, então, foi uma continuidade de tudo isso. Mas não falo apenas segundo um interesse pessoal, porque a moda ou o luxo não me interessam senão ao espírito; parece-me que tudo isso exprime muitas coisas de nossa época, da cultura, da psicologia e da natureza de nossa sociedade.
CULT - Mas, ao mesmo tempo, o senhor não ficou desgostoso com esse universo...
G.L. - Bem... Desgostoso não...
CULT - É que o senhor vinha de uma formação marxista, e muitos marxistas são radicais com respeito à condenação desse gênero de interesse...
G.L. - Eles têm um reflexo moral inteiramente justo, porque é verdade que há algo de escandaloso no luxo. Eu li, por exemplo, recentemente, que está retornando, na moda masculina, a utilização da pele de crocodilo. Em algumas marcas, uma jaqueta masculina chega a custar 80 mil dólares. Quando vemos algo assim, é difícil - como você diz - não ficar desgostoso. Porém, o que me interessa mais é o luxo acessível, não um luxo Rolls-Royce...Quis, de início, saber por que a indústria do luxo, no momento da globalização, mudou seus rumos. Hoje, mais da metade dos europeus compra ao menos uma marca de luxo por ano; tem-se tornado um fenômeno democrático. E não se trata de luxo que escandaliza. Comprar um vidro de perfume, um batom, uma bolsa de mil ou 2 mil dólares não é algo escandaloso. Talvez seja ridículo, mas não escandaloso. Esse é o luxo que me interessa, assim como também tenho interesse pelas técnicas de marketing, os novos modelos de lojas, pois isso toca a todos nós; trata-se de um fenômeno estético de nosso mundo. Se vemos as boutiques, nas cidades, não podemos negar que são belas. Isso é diferente de uma Daslu, por exemplo. Daslu é algo mais escandaloso...Pode-se chegar lá de helicóptero...Há favelas em volta...É chocante. Daslu é quase uma provocação. Mas, nas cidades, quando as marcas de luxo constroem grandes prédios, fazem belas lojas etc., as pessoas entram, vão ver, pois os espaços são abertos a todo mundo. Trata-se de um luxo acessível, relativamente democrático. O outro luxo, voltado para milionários, não me interessa. Esse é um universo que eu não conheço. Numa palavra, o que me interessa é o fenômeno da democratização do luxo.
CULT - Mas seria desejável tornar o luxo mais democrático? O que o luxo diz sobre a natureza humana?
G.L. - Já Shakespeare notava que, se acabarmos com os objetos de luxo, não teremos nada além de animalidade. O que o luxo diz é que o homem não se contenta apenas com a satisfação de suas necessidades naturais. Há, acima de tudo, uma busca de excesso, de ultrapassamento da simples naturalidade. Além disso, o luxo não é simplesmente uma demonstração de riqueza. Pode o ser, mas esse não parece o seu sentido. Há uma busca de beleza no luxo; uma busca de sensualidade. Há um gosto por tudo o que é refinado. Isso exprime, ao mesmo tempo, a competição entre os homens - é por isso que se trata de algo universal, pois os homens, desde sempre, rivalizaram por riquezas. Haveria, ainda, uma questão muito delicada: a arte faz parte do luxo ou não? Penso que sim. Costumamos deixar isso de lado, porque a arte tem uma dimensão espiritual, com referências ao sagrado, à Beleza, mas, se consideramos o preço de uma obra de arte, vemos que estamos muito próximos de um objeto de luxo. Essa é a razão pela qual as pessoas mais ricas, hoje, estão se tornando colecionadoras de arte contemporânea. Creio que o luxo testemunha o fato de o homem, como dizia Bataille, ser negatividade: ele não se satisfaz com o que tem, mas quer sempre mais.
CULT - Mas um objeto de luxo é necessariamente belo? Um artista não pode desejar o feio?
G.L. - Se adotarmos um olhar antropológico sobre o luxo, veremos que ele não esteve sempre associado a coisas belas. Em algumas sociedades, alguns animais tinham valor especial, como os cães para os esquimós. Isso aparece como luxo, mas não se trata necessariamente de beleza. É verdade que, a partir de um certo momento, o luxo e a beleza foram ligados, mas hoje ainda há produtos de luxo que não são necessariamente belos. Por exemplo, quando viajamos em primeira classe de avião: a decoração é a mesma que a da segunda classe ou da classe econômica. O que faz, então, o produto de luxo não é necessariamente a beleza, mas o bem-estar. Para dar uma palavrinha sobre a Beleza, eu diria que, atualmente, ela se "democratizou": a maior parte das pessoas vê mais coisas belas hoje em dia (na televisão, nas revistas, na publicidade etc.); nós consumimos beleza non stop. Vemos a beleza por todos os lados; certos produtos são acessíveis quase a todo mundo, como, por exemplo, os cosméticos. Talvez não as grandes marcas, mas já faz quase um século que os cosméticos se tornaram acessíveis a praticamente todas as pessoas das sociedades desenvolvidas. Nesse contexto, há novos mercados de luxo à procura de algo que está além da simples beleza. Isso remete muito mais à sensação do que à beleza...
Juvenal Savian Filho é professor do Departamento de Filosofia da Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP/EPM - Campus de Guarulhos
Gilles Lipovetsky, 63, é um dos mais conhecidos pensadores atuais. Professor da Universidade de Grenoble, seu pensamento tem tido certa fecundidade não apenas no mundo acadêmico ou nos círculos filosóficos, mas também em outros universos, como o das artes, da educação, da psicologia, da política...e...do luxo. O interesse pelo mundo do luxo e da moda tem sido a prova de que inúmeros e inusitados elementos da experiência humana fornecem a Gilles Lipovetsky ocasião para aprofundar o sentido dessa experiência. Nesse trabalho de aprofundamento, não há desprezo pelo cotidiano nem pelo que parece fútil ou frívolo. Ao contrário, procurando redefinir o individualismo, Gilles Lipovetsky acrescenta novas misturas à palheta utilizada pelas filosofias atuais para pintar o indivíduo, como se pode perceber pela entrevista bem humorada que ele gentil e muito simpaticamente concedeu por telefone à CULT.
CULT - Como o senhor chegou ao universo do luxo como domínio de pesquisa filosófica? Poderia nos contar um pouco do trajeto de sua formação?
GILLES LIPOVETSKY - Tenho uma formação de filósofo; estudei filosofia na Sorbonne e depois ensinei muitos anos a filosofia mais tradicional, quer dizer, a história da filosofia. Autores como Platão, Kant, Hegel etc. Meus interesses voltavam-se, sobretudo, para a compreensão da história e da vida social, ligados, provavelmente, à minha formação marxista. Meus interesses se fixavam na observação do mundo e suas transformações. Distanciei-me, porém, do marxismo, sobretudo no que dizia respeito à noção de alienação, pois toda cultura de massas era vista como algo alienado. Interessei-me, então, pelas questões que geralmente são desprezadas pelos filósofos. Platão, por exemplo, não gosta da caverna. Para ele, é necessário sair para contemplar a beleza das idéias eternas, inteligíveis. Ao contrário, eu me interesso mais pela caverna; pretendo iluminá-la, sem precisar sair dela. Foi assim que me interessei pelos objetos mais desprezíveis para a maioria dos filósofos, como a publicidade, o lazer, o consumo, a moda, a maquiagem. O luxo, então, foi uma continuidade de tudo isso. Mas não falo apenas segundo um interesse pessoal, porque a moda ou o luxo não me interessam senão ao espírito; parece-me que tudo isso exprime muitas coisas de nossa época, da cultura, da psicologia e da natureza de nossa sociedade.
CULT - Mas, ao mesmo tempo, o senhor não ficou desgostoso com esse universo...
G.L. - Bem... Desgostoso não...
CULT - É que o senhor vinha de uma formação marxista, e muitos marxistas são radicais com respeito à condenação desse gênero de interesse...
G.L. - Eles têm um reflexo moral inteiramente justo, porque é verdade que há algo de escandaloso no luxo. Eu li, por exemplo, recentemente, que está retornando, na moda masculina, a utilização da pele de crocodilo. Em algumas marcas, uma jaqueta masculina chega a custar 80 mil dólares. Quando vemos algo assim, é difícil - como você diz - não ficar desgostoso. Porém, o que me interessa mais é o luxo acessível, não um luxo Rolls-Royce...Quis, de início, saber por que a indústria do luxo, no momento da globalização, mudou seus rumos. Hoje, mais da metade dos europeus compra ao menos uma marca de luxo por ano; tem-se tornado um fenômeno democrático. E não se trata de luxo que escandaliza. Comprar um vidro de perfume, um batom, uma bolsa de mil ou 2 mil dólares não é algo escandaloso. Talvez seja ridículo, mas não escandaloso. Esse é o luxo que me interessa, assim como também tenho interesse pelas técnicas de marketing, os novos modelos de lojas, pois isso toca a todos nós; trata-se de um fenômeno estético de nosso mundo. Se vemos as boutiques, nas cidades, não podemos negar que são belas. Isso é diferente de uma Daslu, por exemplo. Daslu é algo mais escandaloso...Pode-se chegar lá de helicóptero...Há favelas em volta...É chocante. Daslu é quase uma provocação. Mas, nas cidades, quando as marcas de luxo constroem grandes prédios, fazem belas lojas etc., as pessoas entram, vão ver, pois os espaços são abertos a todo mundo. Trata-se de um luxo acessível, relativamente democrático. O outro luxo, voltado para milionários, não me interessa. Esse é um universo que eu não conheço. Numa palavra, o que me interessa é o fenômeno da democratização do luxo.
CULT - Mas seria desejável tornar o luxo mais democrático? O que o luxo diz sobre a natureza humana?
G.L. - Já Shakespeare notava que, se acabarmos com os objetos de luxo, não teremos nada além de animalidade. O que o luxo diz é que o homem não se contenta apenas com a satisfação de suas necessidades naturais. Há, acima de tudo, uma busca de excesso, de ultrapassamento da simples naturalidade. Além disso, o luxo não é simplesmente uma demonstração de riqueza. Pode o ser, mas esse não parece o seu sentido. Há uma busca de beleza no luxo; uma busca de sensualidade. Há um gosto por tudo o que é refinado. Isso exprime, ao mesmo tempo, a competição entre os homens - é por isso que se trata de algo universal, pois os homens, desde sempre, rivalizaram por riquezas. Haveria, ainda, uma questão muito delicada: a arte faz parte do luxo ou não? Penso que sim. Costumamos deixar isso de lado, porque a arte tem uma dimensão espiritual, com referências ao sagrado, à Beleza, mas, se consideramos o preço de uma obra de arte, vemos que estamos muito próximos de um objeto de luxo. Essa é a razão pela qual as pessoas mais ricas, hoje, estão se tornando colecionadoras de arte contemporânea. Creio que o luxo testemunha o fato de o homem, como dizia Bataille, ser negatividade: ele não se satisfaz com o que tem, mas quer sempre mais.
CULT - Mas um objeto de luxo é necessariamente belo? Um artista não pode desejar o feio?
G.L. - Se adotarmos um olhar antropológico sobre o luxo, veremos que ele não esteve sempre associado a coisas belas. Em algumas sociedades, alguns animais tinham valor especial, como os cães para os esquimós. Isso aparece como luxo, mas não se trata necessariamente de beleza. É verdade que, a partir de um certo momento, o luxo e a beleza foram ligados, mas hoje ainda há produtos de luxo que não são necessariamente belos. Por exemplo, quando viajamos em primeira classe de avião: a decoração é a mesma que a da segunda classe ou da classe econômica. O que faz, então, o produto de luxo não é necessariamente a beleza, mas o bem-estar. Para dar uma palavrinha sobre a Beleza, eu diria que, atualmente, ela se "democratizou": a maior parte das pessoas vê mais coisas belas hoje em dia (na televisão, nas revistas, na publicidade etc.); nós consumimos beleza non stop. Vemos a beleza por todos os lados; certos produtos são acessíveis quase a todo mundo, como, por exemplo, os cosméticos. Talvez não as grandes marcas, mas já faz quase um século que os cosméticos se tornaram acessíveis a praticamente todas as pessoas das sociedades desenvolvidas. Nesse contexto, há novos mercados de luxo à procura de algo que está além da simples beleza. Isso remete muito mais à sensação do que à beleza...
Juvenal Savian Filho é professor do Departamento de Filosofia da Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP/EPM - Campus de Guarulhos
....
humanos humanos humanos ser
nós humanos humanos nós seres
humanos humanos nós humanos seres humanos
humanos nós humanos humanos humanos
ser seres seres
humanos humanos humanos nós humanos
E porque tão complicados ?
....
nós humanos humanos nós seres
humanos humanos nós humanos seres humanos
humanos nós humanos humanos humanos
ser seres seres
humanos humanos humanos nós humanos
E porque tão complicados ?
....
segunda-feira, 7 de janeiro de 2008
Superinteressante informa
Esta semana comecei informada - e por prazer, vale ressaltar.
A reportagem de Capa da revista Superinteressante ( que de fato faz juízo ao nome ) já era por si só atraente: PERSONALIDADE, O QUE FAZ DE VOCÊ ASSIM?
Não esperei o momento ou sequer o local mais apropriado para dar inicío àquilo que eu costumo chamar de boa leitura (porque a vida é uma só queridos, e não sinto a mais ínfima vontade que seja de "perder tempo", - Come on baby, estou nos primórdios dos meus 17 anos de vida! ;)
E muito boa por sinal.Ratifiquei e retifiquei conceitos sobre a influência que a genética, pais e fatalmente os amigos têm sobre a formação pessoal de cada ser humano - queiramos ou não.
Primeiro: os genes
Ratifico o que sempre ouvi minha mãe dizer : A genética não influencia tanto. Não é a genética que vai fazer de nós seres com ou sem escrúpulos. Se o pai é bandido e bate na esposa, e o filho quando cresce também se torna tão mau-caráter quanto o pai, a culpa não é basicamente, totalmente, exclusiva da genética.E sim do meio. Ora, o que você queria? o filho , por natureza, se espelha no seu criador. Essa é a mais provável das explicações. Mas e quanto aos filhos que são exatamente o oposto dos pais? Bem, eles também usam os pais como "espelho" mas dessa vez daquilo que não desejam ser. Assim, quando o mesmo filho de um pai que é bandido e bate na esposa se torna um médico bem sucedido, que zela pelo bem-estar dos seus pacientes, a genética cai por terra, e entra aqui a regra de que "cada caso é um caso". É o mesmo quando pais que deram todo o suporte educacional necessário para a edificação de um bom cidadão e na verdade criam mais um dos muitos nomes do crime. Como explicar, se não havia antecedentes na família? Certamente, a resposta não está na genética.
Segundo: os pais
De acordo com as pesquisas do livro Freaknomics, realizada em 1991 com 20.000 crianças de 5ª série, cujo objetivo era relacionar o desempenho escolar da criança com o perfil dos pais, descobriu - se que boas notas na escola não se relaciona com o que os pais fazem - se mandam os filhos ler ou lêem para eles antes de dormir - mas sim com o que os pais são: se lêem para si próprios, se são bem instruídos. É meus amigos, como a frase propaganda da Livraria Cultura em SP: Ler pra ser.
Terceiro: os amigos
Eles são os que mais influenciam na formação de um ser. Segundo a Superinteressante " No livro Diga - me com quem anda... da psicóloga americana Judith Harris as relações horizontais ( existe vertical?!) dos 6 aos 16 anos são o grande definidor da personalidade adulta." Pra mim, só mais uma prova de que o homem é produto do meio.
E assim entre a nature X nurture, eu escolho a última.
Tainá Lima
;D
A reportagem de Capa da revista Superinteressante ( que de fato faz juízo ao nome ) já era por si só atraente: PERSONALIDADE, O QUE FAZ DE VOCÊ ASSIM?
Não esperei o momento ou sequer o local mais apropriado para dar inicío àquilo que eu costumo chamar de boa leitura (porque a vida é uma só queridos, e não sinto a mais ínfima vontade que seja de "perder tempo", - Come on baby, estou nos primórdios dos meus 17 anos de vida! ;)
E muito boa por sinal.Ratifiquei e retifiquei conceitos sobre a influência que a genética, pais e fatalmente os amigos têm sobre a formação pessoal de cada ser humano - queiramos ou não.
Primeiro: os genes
Ratifico o que sempre ouvi minha mãe dizer : A genética não influencia tanto. Não é a genética que vai fazer de nós seres com ou sem escrúpulos. Se o pai é bandido e bate na esposa, e o filho quando cresce também se torna tão mau-caráter quanto o pai, a culpa não é basicamente, totalmente, exclusiva da genética.E sim do meio. Ora, o que você queria? o filho , por natureza, se espelha no seu criador. Essa é a mais provável das explicações. Mas e quanto aos filhos que são exatamente o oposto dos pais? Bem, eles também usam os pais como "espelho" mas dessa vez daquilo que não desejam ser. Assim, quando o mesmo filho de um pai que é bandido e bate na esposa se torna um médico bem sucedido, que zela pelo bem-estar dos seus pacientes, a genética cai por terra, e entra aqui a regra de que "cada caso é um caso". É o mesmo quando pais que deram todo o suporte educacional necessário para a edificação de um bom cidadão e na verdade criam mais um dos muitos nomes do crime. Como explicar, se não havia antecedentes na família? Certamente, a resposta não está na genética.
Segundo: os pais
De acordo com as pesquisas do livro Freaknomics, realizada em 1991 com 20.000 crianças de 5ª série, cujo objetivo era relacionar o desempenho escolar da criança com o perfil dos pais, descobriu - se que boas notas na escola não se relaciona com o que os pais fazem - se mandam os filhos ler ou lêem para eles antes de dormir - mas sim com o que os pais são: se lêem para si próprios, se são bem instruídos. É meus amigos, como a frase propaganda da Livraria Cultura em SP: Ler pra ser.
Terceiro: os amigos
Eles são os que mais influenciam na formação de um ser. Segundo a Superinteressante " No livro Diga - me com quem anda... da psicóloga americana Judith Harris as relações horizontais ( existe vertical?!) dos 6 aos 16 anos são o grande definidor da personalidade adulta." Pra mim, só mais uma prova de que o homem é produto do meio.
E assim entre a nature X nurture, eu escolho a última.
Tainá Lima
;D
sexta-feira, 4 de janeiro de 2008
Simultaneidade
- Eu amo o mundo!
Eu detesto o mundo!
Eu creio em Deus!
Deus é um absurdo!
Eu vou me matar!
Eu quero viver!
- Você é louco?
- Não, sou poeta.
Mário Quintana....
I love it!
Eu detesto o mundo!
Eu creio em Deus!
Deus é um absurdo!
Eu vou me matar!
Eu quero viver!
- Você é louco?
- Não, sou poeta.
Mário Quintana....
I love it!
Assinar:
Postagens (Atom)