quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

The woman

Hand in the chin, she stops, musing.

Greek beauty, dressed with diligence, tall, thin. Wavy hair, wore in a careless ponytail.
As I walk by in the morning, I see her in the garden, at the entrance of the majestic house. Her looks call my attention. I almost go back to see her once more.

I keep on going my way, though…(I can’t be late!)

Wise, she ponders and meditates.

My memory captures the rosé harmony: skin and clothes. My brain registers the still, unexpected, in luminous winter morning.

The cars go fast by Cosme Velho neighborhood... Impatient, at the red sign, they stop even they dislike it.

Not even this morning frisson bothers her, imperturbable audience that she is.

Finally, I arrive at my English course. During the class, I can’t forget about the sight of that woman. Her classical image had impregnated me. I catch myself wandering who would have made her magnificent outfit...

And the fabric, muslin? Or maybe some sort of satin, for the sensual effect of the draperies, protecting her body from the curious passersby as if she was a vestal...

On my way back, I find her still in the same position. Nothing disturbs her: impassible, she keeps musing, with a lost look in her eyes… (what/whom would she think about???)

I stop, thrilled, one more time, with the sight of that beautiful marble statue, in the garden of Leone’s auction house, waiting for a new owner...

Maria Angélica Monnerat Alves

For me, just one word : Superb!

Eu sei, mas não devia

Eu sei que a gente se acostuma.

Mas não devia.


A gente se acostuma a morar em apartamento de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E porque à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.

A gente se acostuma a acordar de manhã, sobressaltado porque está na hora.

A tomar café correndo porque está atrasado. A ler jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíches porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia. A gente se acostuma a abrir a janela e a ler sobre a guerra. E aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E aceitando as negociações de paz, aceitar ler todo dia de guerra, dos números da longa duração. A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto. A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que paga. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagará mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com o que pagar nas filas em que se cobra.

A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes, a abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema, a engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.

A gente se acostuma à poluição. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às besteiras das músicas, às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À luta. À lenta morte dos rios. E se acostuma a não ouvir passarinhos, a não colher frutas do pé, a não ter sequer uma planta.

A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente só molha os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer, a gente vai dormir cedo e ainda satisfeito porque tem sono atrasado. A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele.

Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se da faca e da baioneta, para poupar o peito.

A gente se acostuma para poupar a vida.

Que aos poucos se gasta, e que, de tanto acostumar, se perde de si mesma.

Marina Colasanti,
sim, não deveríamos.

Luxo

Certa vez eu li em um livro que Luxo é poder compartilhar os momentos que você aprecia com quem você gosta- em qualquer lugar.
Outra vez li uma frase atribuída à mademoiselle Chanel que dizia: O luxo tem que ser confortável ou não é luxo.
E então pensei que os dois conceitos do que é luxo se integram.
Porque estar com quem você gosta no lugar que você quer é um luxo, mas sobretudo sinônimo daquilo que é conforto.
Esse é o meu luxo.
Logo é fato que cada um tem o seu, só não se pode esquecer é que "Luxo não é o contrário de pobreza, mas o oposto do banal." Mais uma vez, Chanel.

Gilles Lipovetsky

Por Juvenal Savian Filho


Gilles Lipovetsky, 63, é um dos mais conhecidos pensadores atuais. Professor da Universidade de Grenoble, seu pensamento tem tido certa fecundidade não apenas no mundo acadêmico ou nos círculos filosóficos, mas também em outros universos, como o das artes, da educação, da psicologia, da política...e...do luxo. O interesse pelo mundo do luxo e da moda tem sido a prova de que inúmeros e inusitados elementos da experiência humana fornecem a Gilles Lipovetsky ocasião para aprofundar o sentido dessa experiência. Nesse trabalho de aprofundamento, não há desprezo pelo cotidiano nem pelo que parece fútil ou frívolo. Ao contrário, procurando redefinir o individualismo, Gilles Lipovetsky acrescenta novas misturas à palheta utilizada pelas filosofias atuais para pintar o indivíduo, como se pode perceber pela entrevista bem humorada que ele gentil e muito simpaticamente concedeu por telefone à CULT.

CULT - Como o senhor chegou ao universo do luxo como domínio de pesquisa filosófica? Poderia nos contar um pouco do trajeto de sua formação?

GILLES LIPOVETSKY - Tenho uma formação de filósofo; estudei filosofia na Sorbonne e depois ensinei muitos anos a filosofia mais tradicional, quer dizer, a história da filosofia. Autores como Platão, Kant, Hegel etc. Meus interesses voltavam-se, sobretudo, para a compreensão da história e da vida social, ligados, provavelmente, à minha formação marxista. Meus interesses se fixavam na observação do mundo e suas transformações. Distanciei-me, porém, do marxismo, sobretudo no que dizia respeito à noção de alienação, pois toda cultura de massas era vista como algo alienado. Interessei-me, então, pelas questões que geralmente são desprezadas pelos filósofos. Platão, por exemplo, não gosta da caverna. Para ele, é necessário sair para contemplar a beleza das idéias eternas, inteligíveis. Ao contrário, eu me interesso mais pela caverna; pretendo iluminá-la, sem precisar sair dela. Foi assim que me interessei pelos objetos mais desprezíveis para a maioria dos filósofos, como a publicidade, o lazer, o consumo, a moda, a maquiagem. O luxo, então, foi uma continuidade de tudo isso. Mas não falo apenas segundo um interesse pessoal, porque a moda ou o luxo não me interessam senão ao espírito; parece-me que tudo isso exprime muitas coisas de nossa época, da cultura, da psicologia e da natureza de nossa sociedade.

CULT - Mas, ao mesmo tempo, o senhor não ficou desgostoso com esse universo...

G.L. - Bem... Desgostoso não...

CULT - É que o senhor vinha de uma formação marxista, e muitos marxistas são radicais com respeito à condenação desse gênero de interesse...

G.L. - Eles têm um reflexo moral inteiramente justo, porque é verdade que há algo de escandaloso no luxo. Eu li, por exemplo, recentemente, que está retornando, na moda masculina, a utilização da pele de crocodilo. Em algumas marcas, uma jaqueta masculina chega a custar 80 mil dólares. Quando vemos algo assim, é difícil - como você diz - não ficar desgostoso. Porém, o que me interessa mais é o luxo acessível, não um luxo Rolls-Royce...Quis, de início, saber por que a indústria do luxo, no momento da globalização, mudou seus rumos. Hoje, mais da metade dos europeus compra ao menos uma marca de luxo por ano; tem-se tornado um fenômeno democrático. E não se trata de luxo que escandaliza. Comprar um vidro de perfume, um batom, uma bolsa de mil ou 2 mil dólares não é algo escandaloso. Talvez seja ridículo, mas não escandaloso. Esse é o luxo que me interessa, assim como também tenho interesse pelas técnicas de marketing, os novos modelos de lojas, pois isso toca a todos nós; trata-se de um fenômeno estético de nosso mundo. Se vemos as boutiques, nas cidades, não podemos negar que são belas. Isso é diferente de uma Daslu, por exemplo. Daslu é algo mais escandaloso...Pode-se chegar lá de helicóptero...Há favelas em volta...É chocante. Daslu é quase uma provocação. Mas, nas cidades, quando as marcas de luxo constroem grandes prédios, fazem belas lojas etc., as pessoas entram, vão ver, pois os espaços são abertos a todo mundo. Trata-se de um luxo acessível, relativamente democrático. O outro luxo, voltado para milionários, não me interessa. Esse é um universo que eu não conheço. Numa palavra, o que me interessa é o fenômeno da democratização do luxo.

CULT - Mas seria desejável tornar o luxo mais democrático? O que o luxo diz sobre a natureza humana?

G.L. - Já Shakespeare notava que, se acabarmos com os objetos de luxo, não teremos nada além de animalidade. O que o luxo diz é que o homem não se contenta apenas com a satisfação de suas necessidades naturais. Há, acima de tudo, uma busca de excesso, de ultrapassamento da simples naturalidade. Além disso, o luxo não é simplesmente uma demonstração de riqueza. Pode o ser, mas esse não parece o seu sentido. Há uma busca de beleza no luxo; uma busca de sensualidade. Há um gosto por tudo o que é refinado. Isso exprime, ao mesmo tempo, a competição entre os homens - é por isso que se trata de algo universal, pois os homens, desde sempre, rivalizaram por riquezas. Haveria, ainda, uma questão muito delicada: a arte faz parte do luxo ou não? Penso que sim. Costumamos deixar isso de lado, porque a arte tem uma dimensão espiritual, com referências ao sagrado, à Beleza, mas, se consideramos o preço de uma obra de arte, vemos que estamos muito próximos de um objeto de luxo. Essa é a razão pela qual as pessoas mais ricas, hoje, estão se tornando colecionadoras de arte contemporânea. Creio que o luxo testemunha o fato de o homem, como dizia Bataille, ser negatividade: ele não se satisfaz com o que tem, mas quer sempre mais.

CULT - Mas um objeto de luxo é necessariamente belo? Um artista não pode desejar o feio?

G.L. - Se adotarmos um olhar antropológico sobre o luxo, veremos que ele não esteve sempre associado a coisas belas. Em algumas sociedades, alguns animais tinham valor especial, como os cães para os esquimós. Isso aparece como luxo, mas não se trata necessariamente de beleza. É verdade que, a partir de um certo momento, o luxo e a beleza foram ligados, mas hoje ainda há produtos de luxo que não são necessariamente belos. Por exemplo, quando viajamos em primeira classe de avião: a decoração é a mesma que a da segunda classe ou da classe econômica. O que faz, então, o produto de luxo não é necessariamente a beleza, mas o bem-estar. Para dar uma palavrinha sobre a Beleza, eu diria que, atualmente, ela se "democratizou": a maior parte das pessoas vê mais coisas belas hoje em dia (na televisão, nas revistas, na publicidade etc.); nós consumimos beleza non stop. Vemos a beleza por todos os lados; certos produtos são acessíveis quase a todo mundo, como, por exemplo, os cosméticos. Talvez não as grandes marcas, mas já faz quase um século que os cosméticos se tornaram acessíveis a praticamente todas as pessoas das sociedades desenvolvidas. Nesse contexto, há novos mercados de luxo à procura de algo que está além da simples beleza. Isso remete muito mais à sensação do que à beleza...

Juvenal Savian Filho é professor do Departamento de Filosofia da Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP/EPM - Campus de Guarulhos

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E porque tão complicados ?




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segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Superinteressante informa

Esta semana comecei informada - e por prazer, vale ressaltar.

A reportagem de Capa da revista Superinteressante ( que de fato faz juízo ao nome ) já era por si só atraente: PERSONALIDADE, O QUE FAZ DE VOCÊ ASSIM?

Não esperei o momento ou sequer o local mais apropriado para dar inicío àquilo que eu costumo chamar de boa leitura (porque a vida é uma só queridos, e não sinto a mais ínfima vontade que seja de "perder tempo", - Come on baby, estou nos primórdios dos meus 17 anos de vida! ;)

E muito boa por sinal.Ratifiquei e retifiquei conceitos sobre a influência que a genética, pais e fatalmente os amigos têm sobre a formação pessoal de cada ser humano - queiramos ou não.

Primeiro: os genes

Ratifico o que sempre ouvi minha mãe dizer : A genética não influencia tanto. Não é a genética que vai fazer de nós seres com ou sem escrúpulos. Se o pai é bandido e bate na esposa, e o filho quando cresce também se torna tão mau-caráter quanto o pai, a culpa não é basicamente, totalmente, exclusiva da genética.E sim do meio. Ora, o que você queria? o filho , por natureza, se espelha no seu criador. Essa é a mais provável das explicações. Mas e quanto aos filhos que são exatamente o oposto dos pais? Bem, eles também usam os pais como "espelho" mas dessa vez daquilo que não desejam ser. Assim, quando o mesmo filho de um pai que é bandido e bate na esposa se torna um médico bem sucedido, que zela pelo bem-estar dos seus pacientes, a genética cai por terra, e entra aqui a regra de que "cada caso é um caso". É o mesmo quando pais que deram todo o suporte educacional necessário para a edificação de um bom cidadão e na verdade criam mais um dos muitos nomes do crime. Como explicar, se não havia antecedentes na família? Certamente, a resposta não está na genética.

Segundo: os pais

De acordo com as pesquisas do livro Freaknomics, realizada em 1991 com 20.000 crianças de 5ª série, cujo objetivo era relacionar o desempenho escolar da criança com o perfil dos pais, descobriu - se que boas notas na escola não se relaciona com o que os pais fazem - se mandam os filhos ler ou lêem para eles antes de dormir - mas sim com o que os pais são: se lêem para si próprios, se são bem instruídos. É meus amigos, como a frase propaganda da Livraria Cultura em SP: Ler pra ser.

Terceiro: os amigos

Eles são os que mais influenciam na formação de um ser. Segundo a Superinteressante " No livro Diga - me com quem anda... da psicóloga americana Judith Harris as relações horizontais ( existe vertical?!) dos 6 aos 16 anos são o grande definidor da personalidade adulta." Pra mim, só mais uma prova de que o homem é produto do meio.

E assim entre a nature X nurture, eu escolho a última.


Tainá Lima
;D

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Simultaneidade

- Eu amo o mundo!
Eu detesto o mundo!
Eu creio em Deus!
Deus é um absurdo!
Eu vou me matar!
Eu quero viver!

- Você é louco?

- Não, sou poeta.

Mário Quintana....

I love it!

Think about