Repleta de povos indígenas, os quais por muito tempo foram os únicos a conhecerem seus mistérios e riquezas naturais, foi também alvo da busca pelas cobiçadas drogas do sertão e ainda em princípios do século XX, era a atenção global de um mercado dependente da borracha extraída de suas inúmeras seringueiras. Some-se a isso anos vorazes de exploração predatória,e definitivamente podemos afirmar que a Amazônia não é mais a mesma.
A floresta que se notabilizou pela singularidade da sua fauna e flora esplêndidas, está diferente daquilo que se esperava ser a maior área de reserva florestal do planeta. É fato que as alterações nem um pouco positivas que vêm ocorrendo desde os tempos coloniais e que têm se intensificado nos últimos anos na floresta amazônica, são notoriamente conseqüências da falta de compromisso e consciência de um mercado explorador, que , se necessário, é capaz de antepor o lucro à vida.
A questão que envolve a saúde da biodiversidade da Amazônia está intrínseca ao trabalho de milhares de pessoas que dependem da exploração da floresta para sobreviver. A exemplo disto temos as populações ribeirinhas que vivem dos recursos naturais da selva, bem como os proprietários de extensas áreas verdes dentro da mata, os quais as desmatam imprudentemente e logo após as usam como pastagens para a criação de gado.No entanto, vale ressaltar que a diferença entre essas duas formas de exploração está no valor semântico da palavra equilíbrio.
Enquanto o ribeirinho retira da mata apenas o que ele necessita para o seu sustento - o que pouco contribui para o extermínio da floresta, analogamente seria como tirar por dia um balde de água do oceano - o homem da serra e do gado retira e aproveita os recursos da selva visando ao lucro, ao comércio de exportação e, ao seu benefício próprio, benefício este centrado nas lógicas do mercado capitalista e que portanto não o permite enxergar os resultados desastrosos de suas ações irrefutáveis na floresta.
Ações irrefutáveis, mas não irrevogáveis, pois ainda há tempo de nos livrarmos do que seria a apoteose das irresponsabilidades humanas – se permitirmos a extinção da Amazônia – e pararmos um pouco a nossa rotina cerceada de obrigações imediatistas e supérfluas , afim de incitar-nos a preocupação com a floresta que carrega no verde das suas folhas latifoliadas a certeza de um futuro mais duradouro para a humanidade.
Para tanto é fundamental que as próximas gerações, através do esforço e da consciência emitidos pelas nossa época, possam crescer acreditando que desenvolvimento e preservação ambiental, sempre que houver respeito entre ambos, podem existir concomitantemente. Estaríamos, dessa forma, construindo aquilo que será a Amazônia amanhã: sinônimo de vida e eternidade.
Tainá Lima
segunda-feira, 3 de novembro de 2008
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