Naqueles dias amenos, em que pouco se vê os raios do Sol, certamente encobertos por nuvens que levam consigo a chuva da tarde, uma sensação de paz e equilíbrio toma conta de mim.
Um desejo abrasador de elaborar planos, metas, objetivos me sustenta com uma perspectiva de que melhorias e mudanças estão por vir, embora nesses dias nublados, a maioria dos seres esteja mais suscetível à melancolia e ao pessimismo.
O momento torna-se propício para ler um livro, e é neste livro chamado Quando Nietzsche chorou que encontro algo de minha concordância.
" (...) E disse então Lou Salomé:
- Doutor Breuer, essa hora foi curta demais. Estou ávida por mais um pouco de seu tempo. Posso caminhar com o senhor de volta ao hotel?
O convite impressionou Breuer pela ousadia, masculinidade; entretanto , dos lábios dela, soava como normal, não afetato - a forma natural como as pessoas deveriam conversar e viver . Se uma mulher aprecia a companhia de um homem, por que não lhe dar o braço e pedir para andar com ele? Contudo, que outra mulher sua conhecida teria proferido essas palavras? Estava diante de uma espécie diferente de mulher. Aquela mulher era livre!"
E quantas são, na realidade, mulheres livres?
São poucas , muito poucas, aquelas que não consideram a visão corrompida e perniciosa de uma sociedade que vê malícia em tudo que se faz.
Realmente , essas sim, são mulheres livres de sistemas e lógicas ilógicas ainda cultivados por muitos homens- e infelizmente, muitas mulheres também- que acham ações como a descrita acima "Absurdas, desonrosas e indignas de uma mulher que se respeite!"
Aos que possuem esse tipo de visão, não sinto raiva, rancor ou desprezo, sinto pena! Sim, pena. Pena por fazerem de si próprios seres tão pequenos que tornam-se ainda menores quando encontram-se ao lado de mulheres como Lou Salomé.
E olha, que a Lou Salomé é uma mulher do século XIX.
Imagine...
quarta-feira, 19 de dezembro de 2007
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