terça-feira, 19 de dezembro de 2006

O Enigma do Século

O primeiro dos grandes desafios de um homem nessa vida é descobrir que tipo de obra ele executará neste mundo.No entanto para a maioria, os almejos e ambições materiais estão subordinados a um desejo maior, eis aquele a que me referirei nas próximas linhas.
O que era antes um estado prazeroso e contagiante, consequência de pequenos atos e atitudes cotidianas, na conjuntura atual tranforma-se num óbvio, comum e racional objetivo.O homem passa a buscar desesperadoramente a felicidade o que se reflete nos mais ínfimos desejos.Na mais comum das vezes, a aquisição de um carro novo, uma casa maior, um trabalho melhor remunerado ou até mesmo as conquistas intelectuais são as únicas fontes de felicidade.
É verdade sim, que acontecimentos como estes proporcionam às pessoas bem estar social, econômico e psicológico, conduzindo a momentos de gratificação e paz.Porém a procura desenfreada por este estado de espírito, pode muitas vezes no direcionar a estados depreciativos do corpo e da mente, quando os mesmos ideais não são alcançados, fazendo com que momentos verdadeiramente alegres passem despercebidos por nós.
Ninguém está isento de decepções e frustrações ao longo da vida, já que são nas horas difíceis que refletimos sobre nossas atitudes, avaliamos nossos objetivos e revigoramos nossas forças, o que contribui para o nosso crescimento interior e aprendizado, e por fim levam à formação de cidadãos mais seguros e certos sobre si mesmos, cidadãos estes que não acreditam no estereótipo de felicidade imposto pela sociedade atual, a qual afirma que os bons momentos da vida estão essencialmente contidos na fama, na fortuna e no luxo da elite aristocrática.
Maturidade talvez,possa ser uma das principais chaves para o enigma do século em que vivemos: a felicidade, pois pessoas menos egoístas, emocionalmete inteligentes e mais abertas e tolerantes a toda espécie de pensamento sabem aproveitar as verdadeiras virtudes oferecidadas pela vida, portanto a felicidade não está em viver intensamente, mas em saber viver.


por: Tainá Lima

domingo, 10 de dezembro de 2006

O Ditador da Humanidade

Lamentações,queixas e breves desculpas são atitudes cada vez mais constantes à medida que o tempo passa, a vida corre e nós seres humanos acostumados ao ritmo acelerado desta rotina esgarçante, disparamos numa corrida contra o voraz ditador da humanidade: o relógio.
A falta de tempo é a justificativa mais comum para a ausência dos pais na vida de crianças carentes de amor e afeto, ou até mesmo pelo pouco contado com os vizinhos.O fato é que o tempo passa a ser o sujeito efetico da ação, o mero culpado pelas nossas falhas no trabalho, em casa e na sociedade atual.
A humanidade parece ter esquecido o objetivo da criação do relógio, do sistema temporal do qual todos fazemos parte.Parece que nos tornamos criaturas tão impotentes que nossa coragem e consciência têm se esvaído pelos ralos da citação:"Eu poderia ter sido melhor,se tivesse tido mais tempo...", tempo que não organiza, mas disfarça e encobre a incapacidade humana de reconheçer o próprio fracasso.
No entanto, não estamos tão perdidos assim, basta aceitarmos que o culpado de nossas derrotas profissionais, sociais ou familiares somos nós mesmos, e como diria uma grande cientista:"Falta de tempo é desculpa para quem perde tempo por falta de métodos".
de: Tainá Lima

sábado, 22 de julho de 2006

Como uma maça podre

Nessa nova era de valores invertidos
Que entorpencem nossa mente
Tão descaradamente
Tão hipocritamente

A vida não tem sentido
Senão acompanhada
Do forte e prazeroso
perfume da vaidade
Útil
Fútil
Obrigatório.

Verdades escondidas e mentiras exibidas
Aparências
Enganos
formam essa sociedade
tão aplaudida
tão ouvida
tão seguida
sem piedade.


nossos ideais
de amar
de respeitar
de perdoar
de ajudar
de tentar
de lutar
passam a ser
totalmente desprezíveis
totalmente inexequíveis
totalmente incabíveis

assim o que nos resta é
resistir a
esse vazio exaltado
contlemplado
perdido
confundido.

caso contrário
essa ilusão de felicidade
invadirá
nossos pensamentos
nossas ações
nossos hábitos
nosso caráter
nosso destino

e um dia
num momento inevitável da existência humana
a hora de colher cada semente plantada por essa era,
chegará.
Assim,
os frutos que renderão
serão,
inúteis
amargos e
repugnantes:
como uma maça podre.

Tainá lima
23.07.05

quando eu tinha quatorze anos eu escrevi isso.
sem pensar muito.
apenas registrei numa folha de papel o que eu via, o que eu sentia em relação ao universo que me cercava.
e hoje, um ano depois, parece que nada mudou.
o registro acima, lamentavelmente, ainda continua atual.
e a pergunta é:
Até quando?

quinta-feira, 13 de julho de 2006

Sobre a morte o morrer

O que é vida?
Mais precisamente, o que é a vida de um ser humano?
O que e quem a define?
Já tive medo da morte. Hoje não tenho mais. O que sinto é uma enorme tristeza. Concordo com Mário Quintana: "Morrer, que me importa? (...) O diabo é deixar de viver." A vida é tão boa!Não quero ir embora...
Eram 6h. Minha filha me acordou. Ela tinha três anos. Fez-me então a pergunta que eu nunca imaginara: "Papai, quando você morrer, você vai sentir saudades?". Emudeci. Não sabia o que dizer. Ela entendeu e veio em meu socorro: "Não chore, que eu vou te abraçar..." Ela, menina de três anos, sabia que a morte é onde mora a saudade.
Cecília Meireles sentia algo parecido: "E eu fico a imaginar se depois de muito navegar a algum lugar enfim se chega... O que será, talvez, até mais triste. Nem barcas, nem gaivotas.Apenas sobre humanas companhias... Com que tristeza o horizonte avisto, aproximado e sem recurso. Que pena a vida ser só isto...”
Da. Clara era uma velhinha de 95 anos, lá em Minas. Vivia uma religiosidade mansa, sem culpas ou medos. Na cama, cega, a filha lhe lia a Bíblia. De repente, ela fez um gesto, interrompendo a leitura. O que ela tinha a dizer era infinitamente mais importante. "Minha filha, sei que minha hora está chegando... Mas, que pena! A vida é tão boa...”
Mas tenho muito medo do morrer. O morrer pode vir acompanhado de dores, humilhações, aparelhos e tubos enfiados no meu corpo, contra a minha vontade, sem que eu nada possa fazer,porque já não sou mais dono de mim mesmo; solidão, ninguém tem coragem ou palavras para, de mãos dadas comigo, falar sobre a minha morte, medo de que a passagem seja demorada. Bom seria se, depois de anunciada, ela acontecesse de forma mansa e sem dores, longe dos hospitais, em meio às pessoas que se ama, em meio a visões de beleza.
Mas a medicina não entende. Um amigo contou-me dos últimos dias do seu pai, já bem velho. As dores eram terríveis.Era-lhe insuportável a visão do sofrimento do pai. Dirigiu-se,então, ao médico: "O senhor não poderia aumentar a dose dos analgésicos, para que meu pai não sofra?". O médico olhou-o com olhar severo e disse: "O senhor está sugerindo que eu pratique a eutanásia?".
Há dores que fazem sentido, como as dores do parto: uma vida nova está nascendo. Mas há dores que não fazem sentido nenhum. Seu velho pai morreu sofrendo uma dor inútil. Qual foi o ganho humano? Que eu saiba, apenas a consciência apaziguada do médico, que dormiu em paz por haver feito aquilo que o costume mandava; costume a que freqüentemente se dá o nome de ética.
Um outro velhinho querido, 92 anos, cego, surdo, todos os esfíncteres sem controle, numa cama -de repente um acontecimento feliz! O coração parou. Ah, com certeza fora o seu anjo da guarda, que assim punha um fim à sua miséria! Mas o médico, movido pelos automatismos costumeiros, apressou-se a cumprir seu dever: debruçou-se sobre o velhinho e o fez respirar de novo. Sofreu inutilmente por mais dois dias antes de tocar de novo o acorde final.
Dir-me-ão que é dever dos médicos fazer todo o possível para que a vida continue. Eu também, da minha forma, luto pela vida. A literatura tem o poder de ressuscitar os mortos.Aprendi com Albert Schweitzer que a "reverência pela vida" é o supremo princípio ético do amor. Mas o que é vida? Mais precisamente, o que é a vida de um ser humano? O que e quem a define? O coração que continua a bater num corpo aparentemente morto? Ou serão os ziguezagues nos vídeos dos monitores, que indicam a presença de ondas cerebrais?
Confesso que, na minha experiência de ser humano, nunca me encontrei com a vida sob a forma de batidas de coração ou ondas cerebrais. A vida humana não se define biologicamente.Permanecemos humanos enquanto existe em nós a esperança da beleza e da alegria. Morta a possibilidade de sentir alegria ou gozar a beleza, o corpo se transforma numa casca de cigarra vazia.
Muitos dos chamados "recursos heróicos" para manter vivo um paciente são, do meu ponto de vista, uma violência ao princípio da "reverência pela vida". Porque, se os médicos dessem ouvidos ao pedido que a vida está fazendo, eles a ouviriam dizer: "Liberta-me".
Comovi-me com o drama do jovem francês Vincent Humbert, de 22 anos, há três anos cego, surdo, mudo, tetraplégico, vítima de um acidente automobilístico. Comunicava-se por meio do único dedo que podia movimentar. E foi assim que escreveu um livro em que dizia: "Morri em 24 de setembro de 2000. Desde aquele dia, eu não vivo. Fazem-me viver. Para quem, para que, eu não sei...". Implorava que lhe dessem o direito de morrer. Como as autoridades, movidas pelo costume e pelas leis, se recusassem,sua mãe realizou seu desejo. A morte o libertou do sofrimento.
Dizem as escrituras sagradas: "Para tudo há o seu tempo. Há tempo para nascer e tempo para morrer". A morte e a vida não são contrárias. São irmãs. A "reverência pela vida" exige que sejamos sábios para permitir que a morte chegue quando a vida deseja ir. Cheguei a sugerir uma nova especialidade médica, simétrica à obstetrícia: a "morienterapia", o cuidado com os que estão morrendo. A missão da morienterapia seria cuidar da vida que se prepara para partir. Cuidar para que ela seja mansa, sem dores e cercada de amigos, longe de UTIs. Já encontrei a padroeira para essa nova especialidade: a "Pietà" de Michelangelo, com o Cristo morto nos seus braços. Nos braços daquela mãe o morrer deixa de causar medo.
Texto publicado no jornal “Folha de São Paulo”, Caderno “Sinapse” do dia 12/10/03. fls 3. Rubem Alves: tudo sobre o autor e sua obra em "Biografias".
Visitem "A casa de Rubem Alves".

domingo, 30 de abril de 2006

Grande Edgar

Grande Edgar

Já deve ter acontecido com você.

— Não está se lembrando de mim?

Você não está se lembrando dele. Procura, freneticamente, em todas as fichas armazenadas na memória o rosto dele e o nome correspondente, e não encontra. E não há tempo para procurar no arquivo desativado. Ele esta ali, na sua frente, sorrindo, os olhos iluminados, antecipando sua resposta. Lembra ou não lembra?Neste ponto, você tem uma escolha.

Há três caminhos a seguir.

Um, curto, grosso e sincero.

— Não.

Você não está se lembrando dele e não tem por que esconder isso. O "Não" seco pode até insinuar uma reprimenda à pergunta. Não se faz uma pergunta assim, potencialmente embaraçosa, a ninguém, meu caro. Pelo menos entre pessoas educadas. Você deveria ter vergonha. Passe bem. Não me lembro de você e mesmo que lembrasse não diria. Passe bem.

Outro caminho, menos honesto mas igualmente razoável, é o da dissimulação.

— Não me diga. Você é o... o...

"Não me diga", no caso, quer dizer "Me diga, me diga". Você conta com a piedade dele e sabe que cedo ou tarde ele se identificará, para acabar com sua agonia. Ou você pode dizer algo como:

— Desculpe, deve ser a velhice, mas...

Este também é um apelo à piedade. Significa "não tortura um pobre desmemoriado, diga logo quem você é!". É uma maneira simpática de você dizer que não tem a menor idéia de quem ele é, mas que isso não se deve a insignificância dele e sim a uma deficiência de neurônios sua.

E há um terceiro caminho. O menos racional e recomendável. O que leva à tragédia e à ruína. E o que, naturalmente, você escolhe.

— Claro que estou me lembrando de você!

Você não quer magoá-lo, é isso! Há provas estatísticas de que o desejo de não magoar os outros está na origem da maioria dos desastres sociais, mas você não quer que ele pense que passou pela sua vida sem deixar um vestígio sequer. E, mesmo, depois de dizer a frase não há como recuar. Você pulou no abismo. Seja o que Deus quiser. Você ainda arremata:

— Há quanto tempo!

Agora tudo dependerá da reação dele. Se for um calhorda, ele o desafiará.

— Então me diga quem sou.

Neste caso você não tem outra saída senão simular um ataque cardíaco e esperar, e falsamente desacordado, que a ambulância venha salvá-lo. Mas ele pode ser misericordioso e dizer apenas:

— Pois é.

Ou:

— Bota tempo nisso.

Você ganhou tempo para pesquisar melhor a memória. Quem será esse cara meu Deus? Enquanto resgata caixotes com fichas antigas no meio da poeira e das teias de aranha do fundo do cérebro, o mantém à distância com frases neutras como jabs verbais.

— Como cê tem passado?

— Bem, bem.

— Parece mentira.

— Puxa.

(Um colega da escola. Do serviço militar. Será um parente? Quem é esse cara, meu Deus?)Ele esta falando:

—Pensei que você não fosse me reconhecer...

—O que é isso?!

—Não, porque a gente às vezes se decepciona com as pessoas.

—E eu ia esquecer de você? Logo você?

—As pessoas mudam. Sei lá.

— Que idéia.

(é o Ademar! Não, o Ademar já morreu. Você foi ao enterro dele. O... o... como era o nome dele? Tinha uma perna mecânica. Rezende! Mas como saber se ele tem uma perna mecânica? Você pode chutá-lo amigavelmente. E se chutar a perna boa? Chuta as duas. "Que bom encontrar você!" e paf, chuta uma perna. "Que saudade!" e paf, chuta a outra. Quem é esse cara?)

— É incrível como a gente perde contato.

— É mesmo.Uma tentativa. É um lance arriscado, mas nesses momentos deve-se ser audacioso.

— Cê tem visto alguém da velha turma?

— Só o Pontes.

— Velho Pontes!

(Pontes. Você conhece algum Pontes? Pelo menos agora tem um nome com o qual trabalhar. Uma segunda ficha para localizar no sótão. Pontes, Pontes...)

— Lembra do Croarê?

— Claro!

— Esse eu também encontro, às vezes, no tiro ao alvo.

— Velho Croarê.

(Croarê. Tiro ao alvo. Você não conhece nenhum Croarê e nunca fez tiro ao alvo. É inútil. As pistas não estão ajudando. Você decide esquecer toda cautela e partir para um lance decisivo. Um lance de desespero. O último, antes de apelar para o enfarte.)

— Rezende...

— Quem?

Não é ele. Pelo menos isto esta esclarecido.

— Não tinha um Rezende na turma?

— Não me lembro.

— Devo esta confundindo.Silêncio. Você sente que esta prestes a ser desmascarado.Ele fala:— Sabe que a Ritinha casou?

— Não!

— Casou.

— Com quem?

— Acho que você não conheceu. O Bituca.

(Você abandonou todos os escrúpulos. Ao diabo com a cautela. Já que o vexame é inevitável, que ele seja total, arrasador . Você esta tomado por uma espécie de euforia terminal. De delírio do abismo. Como que não conhece o Bituca?)

— Claro que conheci! Velho Bituca...

— Pois casaram.

É a sua chance. É a saída. Você passou ao ataque.

— E não avisou nada?

— Bem...

— Não. Espera um pouquinho. Todas essas acontecendo, a Ritinha casando com o Bituca, O Croarê dando tiro, e ninguém me avisa nada?

— É que a gente perdeu contato e...

— Mas meu nome tá na lista meu querido. Era só dar um telefonema. Mandar um convite.

— É...

— E você acha que eu ainda não vou reconhecer você. Vocês é que se esqueceram de mim.— Desculpe, Edgar. É que...

— Não desculpo não. Você tem razão. As pessoas mudam.

( Edgar. Ele chamou você de Edgar. Você não se chama Edgar. Ele confundiu você com outro. Ele também não tem a mínima idéia de quem você é. O melhor é acabar logo com isso. Aproveitar que ele esta na defensiva. Olhar o relógio e fazer cara de "Já?!".)

— Tenho que ir. Olha, foi bom ver você, viu?

— Certo, Edgar. E desculpe, hein?

— O que é isso? Precisamos nos ver mais seguido.

— Isso.

— Reunir a velha turma.

— Certo.

— E olha, quando falar com a Ritinha e o Manuca...

— Bituca.

— E o Bituca, diz que eu mandei um beijo. Tchau, hein?

— Tchau, Edgar!

Ao se afastar, você ainda ouve, satisfeito, ele dizer "Grande Edgar". Mas jura que é a última vez que fará isso. Na próxima vez que alguém lhe perguntar "Você está me reconhecendo?" não dirá nem não. Sairá correndo.

por: Luís Fernando Veríssimo

Texto extraído do livro "As Mentiras que os Homens Contam", Editora Objetiva - Rio de Janeiro, 2001, pág. 13.

sábado, 18 de fevereiro de 2006

Blues da Piedade


Composição: Roberto Frejat/Cazuza

Agora eu vou cantar pros miseráveis
Que vagam pelo mundo derrotados
Pra essas sementes mal plantadas
Que já nascem com cara de abortadas

Pras pessoas de alma bem pequena
Remoendo pequenos problemas
Querendo sempre aquilo que não têm

Pra quem vê a luz
Mas não ilumina suas minicertezas
Vive contando dinheiro
E não muda quando é lua cheia

Pra quem não sabe amar
Fica esperando
Alguém que caiba no seu sonho
Como varizes que vão aumentando
Como insetos em volta da lâmpada

Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Pra essa gente careta e covarde
Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Lhes dê grandeza e um pouco de coragem

Quero cantar só para as pessoas fracas
Que tão no mundo e perderam a viagem
Quero cantar o blues
Com o pastor e o bumbo na praça

Vamos pedir piedade
Pois há um incêncio sob a chuva rala
Somos iguais em desgraça
Vamos cantar o blues da piedade

Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Pra essa gente careta e covarde
Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Lhes dê grandeza e um pouco de coragem

domingo, 12 de fevereiro de 2006

Ambição.

Natureza humana:
Insatisfação com a vida.
Seja ela do jeito que for,
estamos sempre desejando algo a mais.
Assim acabamos por acreditar que a vida alheia é sempre mais interessante que a nossa.
Dando-nos motivos para almejarmos até a coisa mais supérflua que não pertence ao nosso acervo de conquistas.

A revelação de desejos incessantes ocorre na mais tenra idade.

Ocorre quando uma criança deseja um brinquedo.
torna-se inquieta e incompleta até a obtenção do objeto(quase sempre com sacrifícios de seus geradores)
e então vibra de alegria no primeiro instante,
acha-se privilegiada diante de seus companheiros de balbúrdia que nem em sonhos mais deleitosos puderam imaginar-se com tal aquisição.
Até que um dia(não muito distante da data do presente) a sensação de realização acaba:

Sabe-se da existência de outro brinquedo.

E o ciclo da insatisfação continua.
Agora mais forte, mais intenso.
A necessidade, por mais banal que seja, apresenta a cada amanhecer mais fundamento.

Agora pergunto-lhe: Por quê ?
como questionamentos de mãe e pai em momentos de fúria e advertência ao filho, eu mesma pergunto e eu mesma respondo:
Porque precisamos de um sentido para aquilo que chamamos de vida.

por : Tainá Lima

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2006

Inovar

"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já têm a forma de nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre para os mesmos lugares."
(Fernando Pessoa)

sábado, 21 de janeiro de 2006

ESCOLHAS!

Altos e Baixos.....
Chegadas e Partidas....
Muitas pedras pelo caminho.
Somos o que quisemos ser,
Somos o que conseguimos ser,
Somos o que escolhemos ser,
Não importa o quanto você já andou no caminho errado, você pode recomeçar.
Mais um ciclo se completa.
Outro está por vir.

ESCOLHA!

Escolha ter um projeto de vida.
Se você não sabe para onde vai, qualquer caminho serve.
Escolha estar no controle de seu presente e futuro.
O passado é a única coisa que não se pode mudar.
Escolha fazer sua própria sorte.
Querer,trasforma possibilidade em realidade.
Escolha preservar sua essência.
De um jeito ou de outro a natureza o levará a isso.
Escolha expandir suas capacidades.
Você ficará mais forte diante da vida.
Escolha se divertir sempre.
Essa é a verdadeira fonte da juventude.
Escolha insistir, persistir.
Ainda que haja tropeços e quedas.
Escolha sonhar com o futuro,
Visualize-o e com certeza assim será!
Escolha ter coragem e ousadia.
Boa intenção, nem sempre, é o suficiente.
Escolha o trabalho em equipe.
Muitas vezes a soma das partes é maior que o todo.
Ecolha estar em sintonia com seu tempo.
Tudo muda e é preciso estar preparado para novas situações.
Escolha descobrir o que você tem de melhor,
Isso será seu melhor auxílio diante das adversidades.
Escolha alcançar objetivos estimulantes.
Insegurança e ceticismo só atrapalham.
Escolha aprender e reaprender todos os dias.
Sabedoria se conquista com paciência e tempo.
Escolha ser estratégico.
Crie sempre alianças promissoras.
Escolha ser criativo,
Para isso é preciso experimentar coisas novas.
Escolha ser racional, organizado, chato...
Desde que esteja crescendo com isso.
Escolha vencer sem deixar para trás seus valores.
Caso contrário mais cedo ou mais tarde, se arrependerá.
Escolha dizer obrigado.
Demonstrando gratidão, conquistamos aliados.
Escolha ter paixão e entusiasmo em tudo.
Isso fará de você um ser humano excepcional.
Escolha chegar ao fim de cada batalha com a consciência do dever cumprido.
O sentimento de auto-realização é a melhor recompensa.

VOCÊ é, essencialmente, fruto de suas escolhas.

Então escolha
SER O MELHOR QUE PUDER!

por: cidade do cérebro.
http://cidadedocerebro.com.br

Um dia você aprende que....

Depois de algum tempo você aprende a diferença,a sutil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma.E você aprende que amar não significa apoiar-se,e que companhia nem sempre significa segurança.E começa a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas.E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante,com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.E aprende a construir todas as suas estradas no hoje,porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos,e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo.E aprende que não importa o quanto você se importe,algumas pessoas simplesmente não se importam...E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa,ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso.Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.Descobre que se leva anos para se construir confiança e apenas segundos para destruí-la,e que você pode fazer coisas em um instante,das quais se arrependerá pelo resto da vida.Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias.E o que importa não é o que você tem na vida,mas quem você tem na vida.E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.Aprende que não temos que mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam,percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada,e terem bons momentos juntos.Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa,por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas,Pode ser a última vez que as vejamos.Aprende que as circunstâncias e os ambientes têm influência sobre nós,mas nós somos responsáveis por nós mesmos.Começa a aprender que não se deve comparar com os outros,mas com o melhor que pode ser.Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser,e que o tempo é curto.Aprende que não importa aonde já chegou,mas onde está indo.mas se você não sabe para onde está indo,qualquer lugar serve.Aprende que, ou você controla seus atos ou eles o controlarão,e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade,pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação,sempre existem dois lados.Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer,enfrentando as conseqüências.Aprende que paciência requer muita prática.Descobre que algumas vezes as pessoas que você espera o chute, quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se.Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas do que com quantos aniversários você já celebrou.Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha.Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens,Poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva,mas isso não te dá o direito de ser cruel.Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame,não significa que esse alguém não o ame com tudo o que pode,pois existem pessoas que nos amam,mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém,algumas vezes você tem que aprender a perdoar a si mesmo.Aprende que com a mesma severidade com que julga,você será em algum momento condenado.Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte.Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás,portanto, plante seu jardim e decore sua alma,ao invés de esperar que alguém lhe traga flores.E você aprende que realmente pode suportar...Que realmente é forte,e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais.E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida!Nossas dádivas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar,se não fosse o medo de tentar.
William Shakespeare

Faxina Política

A necessidade de uma assepsia na política do Brasil é notória.Depois de tantos discursos nos quais a hombridade, a boa e aprazível pretensão de compreensão popular aquiesceram lugar, sem hesitar à presunção de alguns líderes políticos, que por acreditarem em poder vender e comprar os direitos do povo, tornam cada vez mais escassa a possibilidade de se viver em um país digno e principalmente incorrupto.
No entanto, enquanto não for esgarçada de vez essa sujeira o jeito é se surpreender com o desvio de vultosas somas de dinheiro público, e quem sabe assim aprender a usar melhor uma arma que depende de nós para ser tão impotente ou eficaz diante de toda essa lamentável situação: o direito do voto.

por:Tainá Lima

quarta-feira, 18 de janeiro de 2006

mudar?!

existem momentos em que todos nós necessitamos de mudanças.
mudanças de hábitos.
mudanças de pensamentos.
mudanças de atitude.
mudanças na nossa maneira de ver e sentir o mundo.

mas algumas vezes a insegurança bate e então tememos trocar o que somos pelo que poderíamos vir a ser.
dúvida cruel, que nós faz perder o almejado e ganhar o ignorado.

ser ou não ser?!
ficar ou ir?!
falar ou calar?!
sorrir ou sofrer?!
viver ou morrer?!

são diversas as nossas suspeitas.
nossas.

porque;

nem mãe, nem pai, nem tio,nem tia, nem vó,nem vô,nem filho, nem filha, nem irmão, nem irmã, nem marido, nem mulher, podem traçar nosso caminho por nós.

sabe aquela história que ninguém é igual a niguém, cada um é cada um.
pois é.
é exatamente assim com as nossas decisões.
são únicas, cada pessoa toma a sua.

percebemos,duvidamos,intrigamos,desesperamos,socorremos,ouvimos, decidimos e agimos.
e mudamos.
sim, mudamos.
mudamos nossos hábitos, nossos pensamentos,nossas atitudes e a nossa maneira de ver e sentir o mundo.

só algo é certo:

apesar de errarmos em várias de nossas sentenças
só os realmente grandes agem como se tivessem acertado diante do fracasso;

aprendem a não passar novamente pela estrada onde foram (às vezes de súbito ou previsivelmente) assolados pelo erro.

terça-feira, 17 de janeiro de 2006

só os extremamente sábios e os extremamente estúpidos é que nunca mudam.



"eu prefiro ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo, sobre o que é o amor, sobre o que eu nem sei quem sou." (Raul Seixas)




talvez se algumas pessoas da nossa sociedade soubessem e acreditassem que onde há vida há sempre mudança, a busca pela compreensão do nosso próprio eu poderia vir a ser mais fácil.



...

Think about