Dois horizontes fecham nossa vida:
Um horizonte, — a saudade
Do que não há de voltar;
Outro horizonte, — a esperança
Dos tempos que hão de chegar;
No presente, — sempre escuro,—
Vive a alma ambiciosa
Na ilusão voluptuosa
Do passado e do futuro.
Os doces brincos da infância
Sob as asas maternais,
O vôo das andorinhas,
A onda viva e os rosais;
O gozo do amor, sonhado
Num olhar profundo e ardente,
Tal é na hora presente
O horizonte do passado.
Ou ambição de grandeza
Que no espírito calou,
Desejo de amor sincero
Que o coração não gozou;
Ou um viver calmo e puro
À alma convalescente,
Tal é na hora presente
O horizonte do futuro.
No breve correr dos dias
Sob o azul do céu, — tais são
Limites no mar da vida:
Saudade ou aspiração;
Ao nosso espírito ardente,
Na avidez do bem sonhado,
Nunca o presente é passado,
Nunca o futuro é presente.
Que cismas, homem? – Perdido
No mar das recordações,
Escuto um eco sentido
Das passadas ilusões.
Que buscas, homem? – Procuro,
Através da imensidade,
Ler a doce realidade
Das ilusões do futuro.
Dois horizontes fecham nossa vida.
Machado de Assis, in 'Crisálidas'
domingo, 27 de dezembro de 2009
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
Wise Shakespeare
Love all, trust a few, do wrong to none.
trust a few,
To a person who thinks everybody has the right to have a chance,
I have to learn how to do this,
Oh boy, I really need to stop hurt myself.
I can't stand more deceptions.
trust a few,
To a person who thinks everybody has the right to have a chance,
I have to learn how to do this,
Oh boy, I really need to stop hurt myself.
I can't stand more deceptions.
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
Entre o familiar e o desconhecido
Era um dia típico em Manaus. Estava quente. O sol queimava a pele de quem andava descalço pelo asfalto da comunidade São Pedro, antiga Carbrás.Na esquina, num bar, um grupo de rapazes, distraía-se tomando uma birita enquanto jogavam conversa fora. Paro e peço uma coca. De repente, as vozes e as risadas que dominam o badalado botequim somem e dão espaço para o som das motocicletas e alguns carros que por ali passam deixando rastros de poeira no ar.
Eram três horas da tarde de uma terça-feira. Eu estava sedenta, e o refrigerante gelado.Mas o burburinho continuou, e o que era antes um bate-papo descontraído, transformou-se em um diálogo monossilábico : - É?!, não?!, pois é.., será? Sei não mano?!.Percebi então, que a presença de alguém nunca antes visto nas redondezas de uma comunidade onde comumente todos se conhecem – por contato diário ou por conversas de porta – poderia ser o fator causador desse clima estranho e infreqüente.
Foi então, que me dirigi ao grupo e perguntei: Vocês sabem onde fica a escola da comunidade São Pedro? Um deles, um tanto desconfiado respondeu: - A senhora segue direto essa mesma rua aqui e vai tá lá, a escola. Eu agradeci e enquanto seguia pelo caminho que me fora sugerido, pensava porque toda aquela estranheza, me lembrava das aulas de filosofia, a caverna de Platão, a ignorância, o sol – como ardia – a luz e a sabedoria. Pode parecer gozado, mas a explicação é simples: estranhamos o que ignoramos. E é assim com todo mundo, independente de cor, religião ou posição social, sempre que nos deparamos com algo inusual, surpreendemo-nos em função do desconhecido. Eu era “o estranho”naquele lugar “desconhecido”.
Foi fácil encontrar a escola que leva o nome de um dos ícones amazonenses da luta pelos direitos humanos: Nestor José Soeiro do Nascimento, e que instaurou-se como marco no resgate da cidadania das pessoas que ali vivem, pois na inauguração, o então prefeito Serafim Corrêa assinou o documento que desapropriou o terreno, o qual pertencia ao ex-prefeito de Parintins, Carlinhos da Cabrás,- devedor de mais de quatro milhões e meio de reais referente ao IPTU e que por isso deu-se à legalização da invasão, a qual se tornou Comunidade do Parque São Pedro.
No final de tarde, cansada, depois de ter observado as crianças alegres brincando no intervalo da aula de “barra-bandeira”, “amarelinha”, depois de ter visto duas senhoras nas varandas de suas casas tecendo algo que suponho ser um cesto de náilon, depois de ter conversado com moradores que passeavam pelas ruas em direção ao ponto de ônibus, depois de ter ficado surpresa com a quantidade de lojas de confecções, calçados, mercadinhos, mercearias que se alastram pelas ruas da comunidade, depois de alguns contatos, um pouco mais de familiarização com o ambiente, andava pelas ruas livremente como se fosse habitual, me sentindo parte do ritmo que ali se leva. E passando outra vez pelo tal barzinho, duas crianças numa bicicleta gritaram: Tchau moçaa!! Eu sorri e acenei, pensando que o que nos falta é a experiência, o convívio, o conhecimento para quebrar esse abismo que há entre o familiar e o desconhecido.
Tainá Lima
Eram três horas da tarde de uma terça-feira. Eu estava sedenta, e o refrigerante gelado.Mas o burburinho continuou, e o que era antes um bate-papo descontraído, transformou-se em um diálogo monossilábico : - É?!, não?!, pois é.., será? Sei não mano?!.Percebi então, que a presença de alguém nunca antes visto nas redondezas de uma comunidade onde comumente todos se conhecem – por contato diário ou por conversas de porta – poderia ser o fator causador desse clima estranho e infreqüente.
Foi então, que me dirigi ao grupo e perguntei: Vocês sabem onde fica a escola da comunidade São Pedro? Um deles, um tanto desconfiado respondeu: - A senhora segue direto essa mesma rua aqui e vai tá lá, a escola. Eu agradeci e enquanto seguia pelo caminho que me fora sugerido, pensava porque toda aquela estranheza, me lembrava das aulas de filosofia, a caverna de Platão, a ignorância, o sol – como ardia – a luz e a sabedoria. Pode parecer gozado, mas a explicação é simples: estranhamos o que ignoramos. E é assim com todo mundo, independente de cor, religião ou posição social, sempre que nos deparamos com algo inusual, surpreendemo-nos em função do desconhecido. Eu era “o estranho”naquele lugar “desconhecido”.
Foi fácil encontrar a escola que leva o nome de um dos ícones amazonenses da luta pelos direitos humanos: Nestor José Soeiro do Nascimento, e que instaurou-se como marco no resgate da cidadania das pessoas que ali vivem, pois na inauguração, o então prefeito Serafim Corrêa assinou o documento que desapropriou o terreno, o qual pertencia ao ex-prefeito de Parintins, Carlinhos da Cabrás,- devedor de mais de quatro milhões e meio de reais referente ao IPTU e que por isso deu-se à legalização da invasão, a qual se tornou Comunidade do Parque São Pedro.
No final de tarde, cansada, depois de ter observado as crianças alegres brincando no intervalo da aula de “barra-bandeira”, “amarelinha”, depois de ter visto duas senhoras nas varandas de suas casas tecendo algo que suponho ser um cesto de náilon, depois de ter conversado com moradores que passeavam pelas ruas em direção ao ponto de ônibus, depois de ter ficado surpresa com a quantidade de lojas de confecções, calçados, mercadinhos, mercearias que se alastram pelas ruas da comunidade, depois de alguns contatos, um pouco mais de familiarização com o ambiente, andava pelas ruas livremente como se fosse habitual, me sentindo parte do ritmo que ali se leva. E passando outra vez pelo tal barzinho, duas crianças numa bicicleta gritaram: Tchau moçaa!! Eu sorri e acenei, pensando que o que nos falta é a experiência, o convívio, o conhecimento para quebrar esse abismo que há entre o familiar e o desconhecido.
Tainá Lima
segunda-feira, 1 de junho de 2009
Ensinamento familiar
A mãe moderna, carismática, segura, sensível chega em casa e diz à filha mais velha que há algo que ela precisa ver. A primogênita, a princípio, não entende o motivo pelo qual levaria a sua genitora a pedir num tom de ordem a sua presença no quarto. Suspeitou até que houvesse alguma tensão no assunto ou alguma outra coisa que ela não podia imaginar.
E não imaginou mesmo, era uma reportagem, um artigo do jornal local da seção de economia e o título era: Empreender requer estudo, escrita por um jovem chamado Renilson Silva.
Ela imaginou tudo, menos isso: um artigo! e foi então que intencionalmente ou não, a mãe despertou uma curiosidade tamanha naquela jovem que leu as palavras como quem bebe um copo de água quando tem a garganta sedenta.
Eis o texto:
"Diferentemente do Brasil, o ensino médio nos EUA não se caracteriza por buscar uma alta bagagem de conhecimentos, sejam matemáticos, históricos ou geográficos. A escola norte-americana é prática, além disso, procura, antes de tudo, formar cidadãos decididos, com fortes doses de auto-estima e confiança em si mesmos. Se, Nos EUA os jovens são educados desde cedo para se tornarem donos de seu próprio negócio, o brasileiro é preparado para ser empregado. É uma visão talvez um pouco cruel, mas uma realidade histórica. Desde os anos 70, quando teve início o crescimento dos cursos de economia e administração, a maioria daquela geração foi treinada para ser, no máximo, bons gerentes, quem sabe bons diretores e, se Deus ajudasse, bons presidentes de empresas. Mas isso tem mudado.
Cada vez mais, gerações de estudantes estão com uma visão diferente, já sonham com sua própria empresa e, acima de tudo, já trabalham em busca disso, dentro das salas de aula. Há pessoas com forte espírito empreendedor. No entanto, é preciso dar uma forcinha para formar futuros criadores e mantenedores de produtos e serviços de negócios diferenciados e bem-sucedidos. A primeira lição que o país precisa aprender é que empreendedorismo deve ser ensinado em sala de aula, abrindo a mente, a visão e a força de vontade do aluno para um futuro distante do cartão de ponto.Ser empreendedor é ter uma cabeça diferente, que nos liberte das amarras do emprego tradicional, em queda livre em praticamente todo o mundo. Se você deseja enveredar pela trilha do empreendedorismo, saiba que terá sucesso se souber imaginar, conceber e criar algo novo.
Podemos entender como novo um produto ou um serviço diferente do que já existe, visando a atender um público disposto a adquirir este produto ou serviço. E mais: não esqueça que os consumidores, cada vez mais, têm exigido algo que, além da qualidade, também forneça valor. Além da capacidade de ser muito criativo e ativo, o empreendedor precisa ser um bom administrador do tempo. Uma pessoa que seja dona do próprio nariz e do próprio negócio.Empreendedor não é nunca foi um cargo. Não conheço ninguém que seja gerente empreendedor de marketing ou diretor empreendedor de finanças. Ser empreendedor é uma questão de atitude. É a busca constante pela mudança, por coisas novas,mesmo em cenários cada vez mais mutantes e incertos. Cada vez mais, jovens estão se decidindo por esse caminho, que a cada dia se torna mais uma tendência mundial.
A crise financeira global demonstrou que as próprias empresas têm sérios problemas estruturais e até de inovação. Além de reverem seus negócios, muitas estão demitindo grandes quantidades de funcionários, o que reabriu a questão do futuro do emprego. Na opinião do pesquisador nessa área, Vicente Verdú da Universidade de Sorbonne, o emprego tradicional está com seus dias contados.Segundo o pesquisador, o emprego não vai acabar totalmente, mas terá uma drástica redução. Já o trabalho, vale lembrar,é algo bem diferente. Você pode trabalhar - e trabalhar muito - sem necessariamente estar empregado. Pode trabalhar prestado um serviço específico e pontual dentro de um prazo determinado, pode trabalhar desenvolvendo um projeto, empreendendo um novo negócio, entre outras muitas possibilidades. A partir desta ótica, o termo trabalho é muito mais abrangente do que emprego. Curiosamente, é nos tempos da chamada ''crise'' que nascem as grandes idéias, que se transformam em grandes projetos e que acabam criando grandes negócios. O que diferencia o empreendedor profissional do aventureiro de passagem é que o aventureiro tem uma pequena chance de obter sucesso. Mais ainda, mesmo obtendo este pseudo-sucesso, normalmente a prática dá conta de que o sucesso não é sustentável. Na prática um conjunto de fatores diferencia o sucesso contínuo do temporário e a palavra mágica é conhecimento."
Assim, depois de ler o texto em voz alta ,ela percebeu o que aquilo significava, entendeu o porquê do entusiasmo da sua mãe ao tratar a matéria do jornal do dia com tanta importância.
Aquele jovem, o autor do texto, traduziu em simples e claras palavras os pensamentos e idéias que seus pais sempre insistiram em transmitir a ela, os mesmos pensamentos que ela ouvira durante sua criação, e ainda ouvia.
Era típico de sua mãe trazer matérias, frases ou trabalhos com os quais se identificasse para discutir em casa, ratificar suas convicções e o mais importante: aprimorá-las, porque sim, sua mãe era uma mulher sempre disposta a aprender, a melhorar, talvez essa seja a sua maior virtude, tanto quanto suscitar desejos e sonhos em seus filhos. Jamais se esqueceu do dia, ainda criança, em que compartilhou com sua mãe seu profundo desejo de criar, inventar, mesmo não sabendo o quê exatamente e a reação que recebeu foi de extremo incentivo e apoio, e foi exatamente isto que ela recebeu de sua voz materna todas as vezes que confessava uma idéia grandiosa ou um sonho : incentivo e apoio.
Quanto ao seu pai, foi ele o responsável pelo despertar dessas idéias que estavam apenas adormecidas em sua mãe. Ele também era seu motivador,quantas vezes ela o ouvira dizer que existem pessoas que passam pela vida e só, enquanto existem outras que passam pela vida mas permanecem imortais pelas contribuições que proporcionaram ao mundo no seu tempo de existência.Ele semeava a semente que ela deixou germinar,florescer em si, até chegar a um ponto que esse ideal já estava inerente ao seu ser.Ela tinha orgulho do pai que ele era, não só pela lógica dos seus raciocínios e seu poder argumentativo que ela tinha prazer em vencer ( deliciosos minutos de razão) mas principalmente pela hombridade e honestidade das suas palavras.
Eles faziam parte daquele texto, ela viu o maior ensinamento de seus pais ali, naquela folha amassada de jornal.
Como é empolgante perceber que existem pessoas que pensam ou agem como você,o que a levou a perceber que quanto maior é a dificuldade de encontrar pensamentos similares aos seus, maior é o entusiasmo quando eles se encontram.
Afinal,pensamentos assim são raros pois provêm de pessoas incomuns.
Depois, imaginou a fusão dessas idéias, cujo resultado só poderia desencadear a explosão de mudanças,de descobertas, de novos caminhos e uma história diferente.
Naquele início de noite, respirou aliviada, estava a cada dia mais certa do caminho que queria seguir.
Tainá Lima
E não imaginou mesmo, era uma reportagem, um artigo do jornal local da seção de economia e o título era: Empreender requer estudo, escrita por um jovem chamado Renilson Silva.
Ela imaginou tudo, menos isso: um artigo! e foi então que intencionalmente ou não, a mãe despertou uma curiosidade tamanha naquela jovem que leu as palavras como quem bebe um copo de água quando tem a garganta sedenta.
Eis o texto:
"Diferentemente do Brasil, o ensino médio nos EUA não se caracteriza por buscar uma alta bagagem de conhecimentos, sejam matemáticos, históricos ou geográficos. A escola norte-americana é prática, além disso, procura, antes de tudo, formar cidadãos decididos, com fortes doses de auto-estima e confiança em si mesmos. Se, Nos EUA os jovens são educados desde cedo para se tornarem donos de seu próprio negócio, o brasileiro é preparado para ser empregado. É uma visão talvez um pouco cruel, mas uma realidade histórica. Desde os anos 70, quando teve início o crescimento dos cursos de economia e administração, a maioria daquela geração foi treinada para ser, no máximo, bons gerentes, quem sabe bons diretores e, se Deus ajudasse, bons presidentes de empresas. Mas isso tem mudado.
Cada vez mais, gerações de estudantes estão com uma visão diferente, já sonham com sua própria empresa e, acima de tudo, já trabalham em busca disso, dentro das salas de aula. Há pessoas com forte espírito empreendedor. No entanto, é preciso dar uma forcinha para formar futuros criadores e mantenedores de produtos e serviços de negócios diferenciados e bem-sucedidos. A primeira lição que o país precisa aprender é que empreendedorismo deve ser ensinado em sala de aula, abrindo a mente, a visão e a força de vontade do aluno para um futuro distante do cartão de ponto.Ser empreendedor é ter uma cabeça diferente, que nos liberte das amarras do emprego tradicional, em queda livre em praticamente todo o mundo. Se você deseja enveredar pela trilha do empreendedorismo, saiba que terá sucesso se souber imaginar, conceber e criar algo novo.
Podemos entender como novo um produto ou um serviço diferente do que já existe, visando a atender um público disposto a adquirir este produto ou serviço. E mais: não esqueça que os consumidores, cada vez mais, têm exigido algo que, além da qualidade, também forneça valor. Além da capacidade de ser muito criativo e ativo, o empreendedor precisa ser um bom administrador do tempo. Uma pessoa que seja dona do próprio nariz e do próprio negócio.Empreendedor não é nunca foi um cargo. Não conheço ninguém que seja gerente empreendedor de marketing ou diretor empreendedor de finanças. Ser empreendedor é uma questão de atitude. É a busca constante pela mudança, por coisas novas,mesmo em cenários cada vez mais mutantes e incertos. Cada vez mais, jovens estão se decidindo por esse caminho, que a cada dia se torna mais uma tendência mundial.
A crise financeira global demonstrou que as próprias empresas têm sérios problemas estruturais e até de inovação. Além de reverem seus negócios, muitas estão demitindo grandes quantidades de funcionários, o que reabriu a questão do futuro do emprego. Na opinião do pesquisador nessa área, Vicente Verdú da Universidade de Sorbonne, o emprego tradicional está com seus dias contados.Segundo o pesquisador, o emprego não vai acabar totalmente, mas terá uma drástica redução. Já o trabalho, vale lembrar,é algo bem diferente. Você pode trabalhar - e trabalhar muito - sem necessariamente estar empregado. Pode trabalhar prestado um serviço específico e pontual dentro de um prazo determinado, pode trabalhar desenvolvendo um projeto, empreendendo um novo negócio, entre outras muitas possibilidades. A partir desta ótica, o termo trabalho é muito mais abrangente do que emprego. Curiosamente, é nos tempos da chamada ''crise'' que nascem as grandes idéias, que se transformam em grandes projetos e que acabam criando grandes negócios. O que diferencia o empreendedor profissional do aventureiro de passagem é que o aventureiro tem uma pequena chance de obter sucesso. Mais ainda, mesmo obtendo este pseudo-sucesso, normalmente a prática dá conta de que o sucesso não é sustentável. Na prática um conjunto de fatores diferencia o sucesso contínuo do temporário e a palavra mágica é conhecimento."
Assim, depois de ler o texto em voz alta ,ela percebeu o que aquilo significava, entendeu o porquê do entusiasmo da sua mãe ao tratar a matéria do jornal do dia com tanta importância.
Aquele jovem, o autor do texto, traduziu em simples e claras palavras os pensamentos e idéias que seus pais sempre insistiram em transmitir a ela, os mesmos pensamentos que ela ouvira durante sua criação, e ainda ouvia.
Era típico de sua mãe trazer matérias, frases ou trabalhos com os quais se identificasse para discutir em casa, ratificar suas convicções e o mais importante: aprimorá-las, porque sim, sua mãe era uma mulher sempre disposta a aprender, a melhorar, talvez essa seja a sua maior virtude, tanto quanto suscitar desejos e sonhos em seus filhos. Jamais se esqueceu do dia, ainda criança, em que compartilhou com sua mãe seu profundo desejo de criar, inventar, mesmo não sabendo o quê exatamente e a reação que recebeu foi de extremo incentivo e apoio, e foi exatamente isto que ela recebeu de sua voz materna todas as vezes que confessava uma idéia grandiosa ou um sonho : incentivo e apoio.
Quanto ao seu pai, foi ele o responsável pelo despertar dessas idéias que estavam apenas adormecidas em sua mãe. Ele também era seu motivador,quantas vezes ela o ouvira dizer que existem pessoas que passam pela vida e só, enquanto existem outras que passam pela vida mas permanecem imortais pelas contribuições que proporcionaram ao mundo no seu tempo de existência.Ele semeava a semente que ela deixou germinar,florescer em si, até chegar a um ponto que esse ideal já estava inerente ao seu ser.Ela tinha orgulho do pai que ele era, não só pela lógica dos seus raciocínios e seu poder argumentativo que ela tinha prazer em vencer ( deliciosos minutos de razão) mas principalmente pela hombridade e honestidade das suas palavras.
Eles faziam parte daquele texto, ela viu o maior ensinamento de seus pais ali, naquela folha amassada de jornal.
Como é empolgante perceber que existem pessoas que pensam ou agem como você,o que a levou a perceber que quanto maior é a dificuldade de encontrar pensamentos similares aos seus, maior é o entusiasmo quando eles se encontram.
Afinal,pensamentos assim são raros pois provêm de pessoas incomuns.
Depois, imaginou a fusão dessas idéias, cujo resultado só poderia desencadear a explosão de mudanças,de descobertas, de novos caminhos e uma história diferente.
Naquele início de noite, respirou aliviada, estava a cada dia mais certa do caminho que queria seguir.
Tainá Lima
domingo, 5 de abril de 2009
“Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver”
Amyr Klink
that's it.
Amyr Klink
that's it.
sábado, 14 de março de 2009
...or..?
Neste sábado de sol, dia de imprevistos desagradáveis, de pensamentos soltos e leves, lembrei-me de uma frase que anda vagando a minha mente já há algum tempo.
Pra ser sincera, não lembro da frase com todas as suas palavras e vírgulas, mas era algo como:
Metade dos erros que cometemos nesta vida acontecem porque usamos a razão quando deveríamos usar a emoção, e a outra metade ocorre porque usamos a emoção quando deveríamos usar a razão.
O problema não é errar, o problema é a chance, a oportunidade que só existe naquele momento, é o tempo que não volta.
/You and I both ( Jason Mraz )
Pra ser sincera, não lembro da frase com todas as suas palavras e vírgulas, mas era algo como:
Metade dos erros que cometemos nesta vida acontecem porque usamos a razão quando deveríamos usar a emoção, e a outra metade ocorre porque usamos a emoção quando deveríamos usar a razão.
O problema não é errar, o problema é a chance, a oportunidade que só existe naquele momento, é o tempo que não volta.
/You and I both ( Jason Mraz )
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009
segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
Ir além
''A vida traz a cada um sua tarefa e, seja qual for a ocupação escolhida,álgebra, pintura, arquitetura, poesia, comércio, política - todas estão ao nosso alcance, até mesmo na realização de miraculosos triunfos, tuda na dependência para aquilo que temos aptidão: comece pelo começo, prossiga na ordem certa, passo a passo. É tão fácil retorcer âncoras de ferro e talhar canhões como entrelaçar palha, tão fácil ferver granito como ferver água, se você fizer todos os passos em ordem. Onde quer que haja insucesso é porque houve titubeio, houve alguma superstição sobre a sorte, algum passo omitido que a natureza jamais perdoa. Condições felizes de vida podem ser obtidas nos mesmos termos. A atração que elas suscintam é a promessa de que estão ao nosso alcance. Nossas preces são profetas. É preciso fidelidade, é preciso adesão firme. Quão respeitável é a vida que se aferra aos seus objetivos! As aspirações juvenis são coisas belas, suas teorias e planos de vida são legítimos e recomendáveis: mas você será fiel a eles? Nem um homem sequer, eu receio, naquele pátio repleto de gente, ou não mais que um em mil. E, quando você cobra deles a traição cometida, e os faz relembrar de suas altas resoluções, eles já não se recordam dos votos que fizeram. [...] A corrida é longa, e o ideal, legítimo, mas os homens são inconstantes e incertos. O herói é aquele imovelmente centrado. A principal diferença entre as pessoas parece ser a de que um homem é capaz de se submeter a obrigações das quais podemos depender - é obrigável; e outro não é. Como não há lei dentro de si, não há nada que o prenda."
Emerson (1860), aquele que brilhantemente traduz o que penso com meus botões.
E não, eu não quero fazer parte dos outros 999.
sexta-feira, 16 de janeiro de 2009
...
"Porque somos nós a origem e o fim dos nossos projetos de vida. Por isso aplaudo Henry Thoreau: "A opinião pública não passa de um anêmico tirano se comparada à nossa própria opinião privada. Aquilo que um homem pensa de si mesmo - é isso que determina, ou antes indica, o seu destino". Basta essa citação para estabelecer a diferença, nem sempre entendida, entre auto-respeito e auto-estima: auto-estima pressupõe o olhar dos outros sobre nós; auto-respeito pressupõe o nosso olhar sobre nós próprios. Ao contrário do que afirmam os livros de auto-ajuda, só o auto-respeito merece ser cultivado: a opinião alheia é volátil e, muitas vezes, fonte de permanente escravidão. "
João Pereira Coutinho/Folha de S.Paulo
Fragmentos de pensamentos numa manhã de sexta feira chuvosa.
João Pereira Coutinho/Folha de S.Paulo
Fragmentos de pensamentos numa manhã de sexta feira chuvosa.
quarta-feira, 7 de janeiro de 2009
Novo ano
Luzes coloridas iluminam o céu. Garrafas de vinho são abertas em profusão. Espumantes. Sorrisos. Abraços. Gritos de alegria. Novas perspectivas. Metas a serem traçadas.Desejo de mudança. É o momento dos sonhos. É o novo. É um livro de páginas brancas que se abre naquele momento. É a chance de fazer melhor. Ser melhor. É o futuro. Será o presente. Um caminho a traçar. O recomeço em um amanhecer. Tudo ali. Na sala de estar. Olhando para a taça de champagne em minhas mãos. É a vida que continua...
Que venha 2009!
Tim tim.
Que venha 2009!
Tim tim.
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