Desde o século XVIII, a mulher vem lutando por um espaço mais abrangente na sociedade, um espaço capaz de dar à ela os mesmos direitos dos homens, capaz de quebrar paradigmas e solidificar a imagem de mulher dona de si, dona do mundo.
Foi Olympe de Gouges, precursora do movimento feminista, que em 1791 disse a frase: ''Se a mulher tem o direito de subir no cadafalso, deve ter também o direito de subir numa tribuna." Mais tarde, sua afirmação passou a ser o slogan da emancipação feminista, arrebatando aliadas por toda parte e transcedendo os séculos.
Mas foi somente em 1920, depois de muitas lutas, conflitos ideológicos com o Estado e a sociedade patriarcal da época, que as mulheres estadunidenses adquiriram o direito do voto, disseminando assim esse novo modelo de sociabilidade: mais igualitária, mais justa e coerente por aonde quer que a brisa feminina do vento passasse.
Pois bem, Bravo mulheres! Conseguimos!
Já podemos votar como os homens, trabalhar como os homens, ter salários como os homens,ser donas do nosso corpo como os homens são do corpo deles.
Já podemos ser como os homens.
E aqui, a confusão começa.
Assustadoramente, as mulheres estão ''copiando'' os homens até nos mais terríveis e repugnantes costumes masculinos. Através do argumento e do pensamento de que '' temos direitos iguais", o sexo feminino tem deixado toda a sua graça e beleza se esvaírem pelas frases repletas de palavrões e indecências , pelas altas doses alcoólicas que tomam nas baladas ( levando-as à total perda de sentidos e tornando-as mais vulneráveis ao sexo masculino),pelas traições cada vez mais constantes e notórias sem qualquer espécie de condenação por isso.
O mais intrigante é que, nós mulheres, estamos nos comportando hoje com as mesmas atitudes que condenávamos nos homens alguns anos atrás.
Para algumas, aquelas que se valem do princípio de Talião ( olho por olho, dente por dente), estamos dando o troco, pagando na mesma moeda, revidando, promovendo a nossa vingança por todas as vezes que aceitamos sem poder questionar tais indecorosas ações masculinas.
Mas para mim, é mais do que um conflito dualista de sexos opostos, é uma questão moral.
Nessa briga infantil de ''eu também posso'' a mulher esqueceu de ser mulher, esqueceu que a aquisição de todos esses direitos outrora inexistentes, não a colocaria na mesma posição de capacidade do homem.Ela,com toda a sua sensibilidade e flexibilidade , estaria acima, bem acima do seu adversário.
E o homem sabe da sua inferioridade diante de uma verdadeira mulher, mulher cujo olhar provoca sem agredir, cujas palavras mais difíceis de expressar soam naturais, cuja sensualidade está implícita na elegância dos seus gestos.
O homem é tão consciente da sua condição de subalternidade à mulher, que adiou o quanto pôde a liberação dos mesmos direitos sociais que ele detinha, pois ele sabia que depois da emancipação dos direitos femininos, nada o faria melhor do que ela.
Logo, digo às mulheres vingativas, que ainda não superaram os comportamentos inescrupulosos do sexo masculino, que vinguem-se sim.Para tanto, mostrem que não precisam do álcool, ou do cigarro, nem de roupas vulgares e tampouco de outros homens para serem as mulheres que gostariam ser.
Sim, mulheres.
Porque somos capazes de tudo, e os homens do que resta.
Tainá Lima.